
In this combination of images, rapper Kendrick Lamar appears at the MTV Video Music Awards on Aug. 27, 2017, in Inglewood, Calif., left, and Canadian rapper Drake appears at the premiere of the series “Euphoria,” in Los Angeles on June 4, 2019. (AP Photos/Chris Pizzello, File)
Um juiz federal dos Estados Unidos está analisando uma disputa envolvendo os rappers Kendrick Lamar e Drake. O caso começou após o lançamento da música “Not Like Us”, que se tornou um sucesso e gerou polêmica, levando Drake a processar a gravadora Universal Music Group, a qual ambos os artistas estão vinculados.
Drake alega que a canção contém afirmações difamatórias que afetam sua reputação. Ele argumenta que o uso de determinadas palavras na música, que o coloca como “colonizador” da cultura do rap e faz insinuações sobre sua vida pessoal, é prejudicial. Segundo o cantor, as letras insinuam que ele seria um criminoso sexual e que isso poderia incitar ações de violência contra ele. O processo diz que a música impactou negativamente sua imagem e até causou tentativas de invasão em sua residência em Toronto, que foi mencionada na arte da capa da música.
Durante uma audiência realizada na última segunda-feira, a juíza Jeannette Vargas questionou o que configura um “ouvinte comum” no contexto dessas canções. Ela levantou dúvidas sobre se um ouvinte casual conseguiria entender as referências complexas e o significado das letras, destacando que existe um nível especializado nas rimas que pode não ser percebido por todos.
Nem Drake nem Kendrick Lamar compareceram à audiência. O advogado de Drake, Michael Gottlieb, defendeu que a música obteve uma disseminação cultural sem precedentes, se tornando quase um “hino nacional”, e atraiu uma audiência que vai além dos fãs de hip-hop.
Por outro lado, a Universal Music argumenta que “Not Like Us” faz parte de uma guerra de rimas entre os dois artistas, onde o “trash-talking” é comum e não deve ser tratado como declarações de fato. O advogado Rollin Ransom pediu que o tribunal considerasse o contexto das letras e lembrava que as disputas no rap muitas vezes envolvem linguagem exagerada.
Além disso, Drake processou a iHeartMedia em um processo separado, onde afirma que a empresa recebeu pagamentos irregulares da Universal para aumentar a reprodução da canção nas rádios. A iHeartMedia negou qualquer má conduta e este caso foi resolvido em março.
O valor das indenizações solicitadas no processo ainda não foi detalhado. Drake não moveu processo contra Kendrick Lamar diretamente.