
Uma manifestação em Budapeste neste ano se tornou um símbolo de resistência contra a repressão direcionada à sociedade civil sob o governo do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán. Ele enfrenta uma forte oposição do partido de centro-direita Tisza, liderado por Peter Magyar, que está à frente nas pesquisas para as eleições do próximo ano.
A situação se agravou após a aprovação de uma lei em março, que recebeu apoio do governo. Essa legislação proíbe eventos que representem a homossexualidade ou as minorias sexuais, alegando que essas representações poderiam prejudicar o desenvolvimento das crianças. A nova lei gerou intensas críticas tanto a nível nacional quanto internacional, e existia o risco de impedir a realização da parada LGBTQ+ neste ano, que foi oficialmente banida pela polícia.
Entretanto, o prefeito de Budapeste, Gergely Karacsony, de orientação liberal, declarou a parada como um evento oficial da cidade. Segundo a administração municipal e os organizadores, essa declaração tornaria o evento imune às restrições impostas pela nova lei e ao banimento da polícia.
Apesar dessa decisão, a expectativa é que a polícia tente identificar os participantes, utilizando tecnologia de reconhecimento facial. Os organizadores do evento podem enfrentar penas de até um ano de prisão, enquanto os participantes podem ser multados em até 500 euros, equivalente a aproximadamente R$ 3.200.
A manifestação se tornou um importante ponto de resistência em um contexto onde a proteção dos direitos da comunidade LGBTQ+ está em pauta, refletindo as tensões políticas e sociais atuais na Hungria.