
Victor Fasano processa a Globo por uso da novela ‘O Clone’ em streaming
Victor Fasano, ator conhecido por seu papel de galã nos anos 90, decidiu levar sua disputa com a Globo para a Justiça. A ação foi motivada pelo lançamento da novela ‘O Clone’, escrita por Glória Perez e exibida originalmente em 2001, na plataforma de streaming Globoplay. Fasano, de 67 anos, argumenta que seu contrato não permitia a exibição da obra fora da televisão aberta, o que gerou sua insatisfação.
Na novela, Fasano interpretou Tavinho, um executivo que vive sob o controle da esposa ciumenta Lidiane, personagem de Beth Goulart. O ator reclama que a Globo começou a explorar ‘O Clone’ em plataformas como o Globoplay Novelas e o Canal Viva sem qualquer compensação financeira adicional para ele e outros atores envolvidos.
A ação judicial foi ajuizada em junho de 2025 pela empresa de Fasano, a Paisagio Comércio Vídeo Foto. O ator questiona os termos do contrato que foi assinado há mais de duas décadas, apontando que o documento não especificava o uso de streaming nem de transmissões em canais pagos. Com a crescente popularidade das novelas antigas na internet, ele busca uma compensação financeira justificada pela nova dinâmica do mercado.
No processo, Fasano destaca que a falta de cláusulas que abordem streaming e canais pagos abre espaço para a disputa legal. Ele argumenta que as exibições no Canal Viva e no Globoplay devem ser consideradas como um licenciamento indevido, já que envolvem formatos comerciais diferentes dos previstos nos contratos de 2001.
Apesar de reconhecer que a Globo sempre cumpriu com os pagamentos referentes aos contratos para a televisão aberta, Fasano critica a emissora pela falta de negociação para plataformas digitais, o que, segundo ele, é uma exploração indevida do trabalho dos artistas. Em uma entrevista, afirmou que o uso de sua imagem e a de outros colegas nessas plataformas nunca foram previstos nos acordos anteriores.
Fasano também expressou sua indignação com a situação, dizendo que a exploração da novela em novos meios sem qualquer negociação adicional é injusta. Ele salientou que é fundamental que a utilização da imagem dos atores em novas plataformas tenha uma remuneração apropriada e que os profissionais tenham seu direito de imagem considerado.
Esse caso evidência uma lacuna em contratos antigos, que foram feitos antes da popularização dos serviços de streaming. A decisão do Judiciário poderá estabelecer um precedente para outros artistas que têm obras sendo redistribuídas em novos formatos sem receber parte dos lucros. A expectativa é que a justiça analise a necessidade de atualizar contratos e rever as remunerações dos intérpretes de novelas icônicas como ‘O Clone’.

