
Em uma conversa sobre a importância da comunicação, uma personagem de “Dom Quixote”, livro escrito por Miguel de Cervantes, questiona a relevância de certos títulos e distinções sociais. Essa reflexão se relaciona com uma observação notável sobre a maneira como algumas pessoas se apresentam em público. Muitas vezes, algumas delas superestimam sua importância, agindo como se fossem superiores aos demais. Isso se reflete em discursos que parecem exagerados e egocêntricos.
Tais discursos são comuns e, em geral, cada vez que alguém fala de forma excessivamente autoelogiada, o público acaba sendo forçado a ouvir as suas supostas virtudes e conquistas. Essas falas não apenas desviam a atenção do que realmente importa, mas também podem causar uma reação negativa nos ouvintes. Isso porque a arrogância geralmente provoca um distanciamento entre o falante e a audiência, mostrando que, por trás de demonstrações de superioridade, pode estar a insegurança.
É importante lembrar que a comunicação eficaz não se baseia apenas no que se diz, mas também na maneira como se diz. Desde a Grécia Antiga, filósofos como Platão e especialistas em retórica, como Aristóteles, já discutiam a relevância da performance de quem fala. Saber se comportar diante de uma plateia, seja ela homogênea ou diversificada, é essencial. Um discurso que se atém ao tema em questão tende a ser mais bem recebido, enquanto divagações pessoais podem afastar os ouvintes.
Portanto, é fundamental perguntar: quem realmente se interessa por histórias pessoais que não foram solicitadas? As narrativas sobre realizações individuais, longe de causar admiração, podem fazer com que o público se sinta desconfortável ou desinteressado. Essa dinâmica ressalta que, para manter a atenção e a simpatia do público, é aconselhável que o foco permaneça na mensagem central da conversa, e não nas autoexaltações do orador.

