
O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou a nova Lei 22.741/2025, que permite que escolas de educação em tempo integral da rede estadual adotem o modelo cívico-militar a partir de 2026. Este modelo já está presente em 312 instituições de ensino no Paraná, atendendo cerca de 190 mil alunos.
Desde a implementação do modelo entre 2021 e 2024, as escolas que adotaram essa abordagem apresentaram melhorias significativas. Entre os resultados, destaca-se o aumento nos índices de aprendizagem, a diminuição da evasão escolar e um maior envolvimento das famílias na rotina escolar, apontados como benefícios importantes.
O secretário da Educação, Roni Miranda, ressaltou que a expansão do modelo é uma forma de fortalecer o vínculo dos estudantes com a escola e promover valores como cidadania e respeito, fundamentais para o desenvolvimento dos jovens.
A nova lei, aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná, também prevê a realização de consultas públicas para ouvir a comunidade escolar sobre a adesão ao modelo cívico-militar. A intenção é considerar a opinião das famílias e demais membros da comunidade. Detalhes sobre a adesão das escolas e as consultas serão divulgados oficialmente pelo governo.
Escolas noturnas e instituições de educação de jovens e adultos, entre outras, não poderão participar do programa. Contudo, colégios agrícolas com mais de 150 alunos poderão ser incluídos no futuro.
Atualmente, mais de 10 mil estudantes estão na fila de espera para vagas em escolas que já seguem o modelo cívico-militar. Essa alta demanda foi destacada por Roni Miranda, que lembrou que o programa surgiu a partir das necessidades da comunidade escolar.
No Colégio Estadual Cívico-Militar Beatriz Ansay, em Curitiba, a procura pelo modelo aumentou desde 2023. A escola possui cerca de 1.200 alunos e uma fila de espera de 500 pessoas. O diretor, Sandro Mira Junior, comentou que a quantidade de alunos interessados é significativa, a ponto de justificar a criação de uma nova escola apenas com os que estão na fila.
Em Araucária, o Colégio Cívico-Militar Dias da Rocha também se destacou com 517 estudantes aguardando matrícula. Famílias, como a de Maria Fernanda Temporal, percebem benefícios na formação integral oferecida, como a promoção de valores de cidadania e respeito.
Outro aspecto positivo identificado é o aumento da frequência dos alunos às aulas, que é 3% superior à média das outras escolas do estado. No Colégio Cívico-Militar Padre José Canale, em Apucarana, a presença média dos estudantes subiu de 78% para 92% após a adoção do modelo, refletindo um maior engajamento e melhor desempenho acadêmico.
O diretor da escola, Robson Desidera, atribui esse crescimento a um ambiente escolar organizado e a um acompanhamento próximo dos alunos, que se sentem mais envolvidos com a escola.
O modelo cívico-militar foi implantado pelo governo estadual em 2021. Ele combina a gestão civil com a participação de militares da reserva nas atividades administrativas e no apoio à organização escolar. Essa abordagem visa não apenas a educação, mas também o desenvolvimento de valores essenciais para o convívio social.

