
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, declarou nesta quinta-feira (23) que operações da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) em território venezuelano “fracassarão”. A afirmação surge em um contexto de aumento de ameaças militares por parte dos EUA contra o governo de Nicolás Maduro.
Padrino afirmou que a presença da CIA na Venezuela é conhecida e destacou que, mesmo que sejam enviadas várias unidades da agência para realizar operações secretas, qualquer tentativa de ação não terá sucesso. Ele se referiu a um recente comunicado do presidente dos EUA, Donald Trump, que autorizou ações letais da CIA contra alvos ligados ao governo chavista.
Na semana anterior, o presidente Maduro expressou preocupações sobre o envio de navios de guerra dos EUA ao Caribe, caracterizando os ataques a embarcações na região como “execuções extrajudiciais”. O governo da Venezuela acusa Trump de usar a luta contra o narcotráfico como justificativa para derrubar seu governo e promover a opositora María Corina Machado, que recentemente foi agraciada com o prêmio Nobel da Paz.
Em resposta a essas ameaças, a Venezuela mobilizou suas Forças Armadas e ampliou o alistamento voluntário à milícia nacional, que, segundo informações do ex-diplomata Carlos Ron, já conta com cerca de 15 milhões de inscritos.
A pressão dos Estados Unidos sobre a Venezuela se insere em um histórico de ações da CIA contra governos na América Latina. Durante a Guerra Fria, a agência esteve envolvida em diversos golpes de Estado em países como Guatemala, Chile, Brasil e Argentina. Especialistas sugerem que a estratégia atual dos Estados Unidos busca restaurar sua influência geopolítica na região.
Por sua vez, o governo brasileiro tem adotado uma postura cautelosa em relação à crise na Venezuela. Embora defenda a soberania do país vizinho, a administração evita declarações que possam prejudicar as relações com Washington. O presidente Lula tem reforçado em seus discursos a importância da soberania da Venezuela e de Cuba, afirmando que “nenhum presidente de outro país tem que dar palpite” nos assuntos internos desses países.

