Projeto propõe fim de aulas obrigatórias em autoescolas

O governo federal está dando uma sacudida nas regras para quem quer tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta de eliminar a obrigatoriedade de aulas em autoescolas gerou um burburinho danado. O ministro dos Transportes, Renan Filho, aponta que a ideia é baratear o processo e facilitar o acesso à CNH, especialmente para mulheres e pessoas de baixa renda. Mas será que essa mudança é mesmo a solução dos problemas?

Quem conhece o esquema das autoescolas sabe que esse setor emprega cerca de 300 mil pessoas em aproximadamente 15 mil escolas espalhadas pelo Brasil. Especialistas levantam uma bandeira vermelha, alertando que essa mudança pode trazer consequências negativas. Já tem gente se matriculando e depois desistindo, tudo por causa da incerteza sobre o futuro dessas instituições.

Um fator que está em jogo é o preço da habilitação, que pode variar entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. O pessoal tá reclamando que esse custo é totalmente excluente. Até o presidente da Associação Nacional dos Detrans, Givaldo Vieira, reforça que as coisas precisam mudar, mas com segurança. Nas estradas, a segurança deveria sempre estar em primeiro lugar, certo?

A questão da formação

Os especialistas em segurança viária estão preocupados. Afinal, simplesmente acabar com as aulas não significa que os motoristas estarão prontos para encarar o trânsito do dia a dia. Para reduzir o número de acidentes, o educador Paulo Guimarães, do Observatório Nacional de Segurança Viária, destaca que o aprendizado deve incluir direção defensiva e convívio com outros veículos. Tô falando de uma formação mais consistente, que faça a galera entender o que é dirigir com responsabilidade.

Novidade da CNH Social

Outra novidade que apareceu no radar foi a CNH Social, que começou a valer em 12 de agosto. Esse programa oferece a primeira habilitação de graça para quem é de baixa renda. O recurso vem das multas de trânsito, e a galera precisa ter mais de 18 anos, comprovar que a renda não ultrapassa meio salário mínimo por pessoa e estar no CadÚnico.

Ainda por cima, a CNH Social cobre todos aqueles passos do processo, como exames médicos e psicológicos, aulas teóricas e práticas e taxas de prova. Se alguém não passar de primeira, ainda tem direito a uma segunda tentativa. Mas atenção: isso ainda precisa de regulamentação, e cada Detran vai definir como será feito.

O que vem por aí?

Programas como o CNH MS Social, que já funcionam em alguns estados, devem passar por ajustes para se adequar a essa nova proposta. Se você está de olho na gratuidade da CNH, vale a pena ficar ligado nos requisitos.

No fim das contas, as mudanças são grandes e podem afetar muito quem sonha em dirigir. E, se tem uma coisa que o trânsito nos ensinou, é que informações são tudo na hora de fazer escolhas seguras.