Citroën C3 indiano passa por aprimoramento nas vendas

A Citroën, assim como no Brasil, não anda muito bem das pernas na Índia com sua linha C-Cubed, que inclui o C3, Aircross e Basalt. Embora a proposta inicial tenha sido a mesma que a do nosso mercado, levando em conta o custo-benefício, os veículos não conseguiram conquistar o público indiano.

Agora, a marca apresentou o C3X, um modelo que vem como parte da nova estratégia “2.0” da Citroën na Índia. Este carro se posiciona como uma opção mais sofisticada, com o objetivo de impulsionar as vendas na região. É interessante notar que, enquanto os recursos de acabamento e tecnologia estão sendo aprimorados, a expectativa é que isso ajude a Citroën a recuperar um pouco do prestígio perdido por lá.

### A Situação das Vendas

As vendas da Citroën na Índia estão longe de impressionar, com apenas cerca de 7.500 unidades sendo vendidas neste ano até agora. Para se ter uma ideia, marcas com menos presença, como Nissan, Skoda e Renault, estão vendendo muito mais: em torno de 29 mil, 35 mil e 42 mil carros, respectivamente. Essa diferença realmente mostra que a Citroën precisa dar um gás nas suas operações.

### Visual e Design

O C3X não é uma revolução completa nem uma nova versão do modelo; na verdade, é mais um reposicionamento. Ele mantém o estilo original de hatch, mas agora com uma pitada de SUV. Os para-lamas são mais largos, a altura do solo aumentou e a iluminação é toda em LED. Essa estética lembra muito a do C3 XTR da primeira geração, que também tinha um charme especial.

### Segurança em Alta

Falando sobre segurança, o C3 indiano já havia enfrentado críticas em testes de colisão. Em 2024, a versão elétrica eC3, por exemplo, não se saiu bem no Global NCAP, assim como o C3 a combustão, que passou pelo Latin NCAP. A falta de itens como controle de estabilidade e airbags laterais deixou as pontuações muito abaixo do esperado. Essa situação é um alerta importante, mostrando que, mesmo com as atualizações, a segurança dos ocupantes deve ser prioridade.

### Interiores Renovados

As novidades do C3X são muito mais visíveis no interior. Para enfrentar as críticas sobre o acabamento, a versão top de linha agora traz painel com revestimento em couro e recursos bem bacanas, como partida por botão, ar-condicionado digital, e seis airbags. O painel de instrumentos foi atualizado para um formato digital e colorido, que dá um ar mais moderno e tecnológico ao carro.

Para quem adora tecnologia, o novo sistema multimídia Citroën Connect está lá, com tela de 10 polegadas e conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. Seja para uma viagem longa ou para encarar o trânsito, ter essas funcionalidades à mão ajuda demais.

### Motorização

No que diz respeito ao desempenho, o C3X mantém as motorizações que já são conhecidas na Índia. Temos o motor 1.2 aspirado de 82 cv, e o 1.2 turbo de 110 cv, que pode ser combinado com câmbio manual ou automático de seis marchas. Com essa motorização turbo, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos e promete bons números de consumo, até 19,3 km/l em testes por lá.

Isso é bem interessante, mas o desempenho ainda é inferior ao do C3 brasileiro que, na versão mais top, entrega 130 cv e vai de 0 a 100 km/h em apenas 8,4 segundos. Ou seja, se a Citroën escolhesse trazer um pouco das inovações do C3X para o Brasil, poderia fazer uma grande diferença em sua imagem.

### O Desempenho no Brasil

Falando do Brasil, a atual geração do C3 também enfrenta dificuldades. Desde o lançamento em agosto de 2022, as vendas caíram de uma média de 2.671 unidades mensais para apenas 1.057 até julho deste ano. Comparado aos líderes da categoria, fica claro que o carro precisa de melhorias constantes e um pouco mais de charme para conquistar os consumidores que buscam opções mais chamativas.

Assim, a evolução do C3X na Índia traz lições valiosas, que, se aplicadas conforme as necessidades do mercado brasileiro, podem ser um caminho interessante para recuperar a confiança da clientele. O caminho pode ser desafiador, mas sempre há espaço para melhorias e inovação.