IPCA de junho de 2025: dados e análises econômicas

Inflação supera teto da meta anual

A inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassou o limite de 4,5% definido para a meta contínua, que começou a ser aplicada em janeiro de 2025. Desde então, esse limite foi excedido em todos os meses. Para que o intervalo de tolerância estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 1,5 ponto percentual, não tivesse sido ultrapassado, seria necessário registrar uma deflação de pelo menos 0,57%.

Diante desse cenário, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, é obrigado a enviar uma carta ao ministro da Fazenda. Nela, ele deve explicar as razões para o descumprimento da meta e apresentar um prazo para que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) retorne ao intervalo desejado. A carta será divulgada às 18h.

Queda nos preços de alimentos

Os preços de alimentos e bebidas tiveram uma queda de 0,18%, marcando a primeira redução nesse grupo de despesas desde agosto do ano passado. Essa diminuição foi refletida principalmente nos preços de alimentos consumidos no lar, que passaram de uma leve alta de 0,02% em maio para uma queda de 0,43% em junho.

A deflação nos preços dos alimentos acontece pela primeira vez em nove meses, com destaque para a diminuição dos preços do ovo de galinha, que caiu 6,58%, do arroz, com uma redução de 3,23%, e das frutas, que registraram uma queda de 2,22%. Por outro lado, alguns itens tiveram aumentos significativos, como o tomate, que subiu 3,25%, e o café moído, que já teve a 18ª alta consecutiva e mais que dobrou de preço nos últimos 18 meses.

Alimentação fora de casa continua a subir

Ainda que os preços dos alimentos em casa tenham recuado, o custo da alimentação fora do domicílio permanece elevado. Apesar de uma desaceleração na alta, que agora é de 0,46%, os preços dos lanches subiram de 0,51% para 0,58%, e os da refeição alteraram de 0,64% para 0,41%. Essa situação reflete os desafios que as famílias enfrentam ao tentar controlar os gastos com alimentação.