
A Chevrolet trouxe novidades que certamente vão fazer os apaixonados por carros levantarem a sobrancelha. No último dia 9, a marca anunciou a linha 2026 do Onix e do Tracker, e, além de mudanças no design, a parte interna também ganhou aquele toque de sofisticação. Mas uma questão que continua em pauta é o motor, que ainda utiliza uma correia dentada banhada a óleo para o acionamento do comando de válvulas. Esse sistema já gerou algumas queixas e boletins técnicos nos últimos anos, e a marca promete melhorias.
Uma das grandes novidades é que a Chevrolet mudou o fornecedor da correia e aprimorou a composição química do material. O intuito aqui é aumentar a resistência da peça, especialmente em manutenções que não seguem o padrão ideal — quem já teve problemas com óleo fora das especificações sabe do que estou falando. Essa correia ainda fica imersa no lubrificante do motor, ou seja, é importante estar atento.
Desde que a linha de motores 1.0 e 1.2 turbo começou a ser usada, em 2020, algumas pessoas relataram esfarelamento precoce da correia, o que pode encrencar o sistema de lubrificação do motor. Em 2023, as concessionárias receberam boletins internos orientando a dar uma olhada na correia e a limpar o pescador de óleo. E tem mais: mesmo com a recomendação de troca a cada 240 mil km, há indícios de que a substituição pode ser necessária em quilometragens bem menores.
Um dos maiores problemas gerados por essas falhas é o famoso calço hidráulico. Isso acontece quando o óleo contaminado entra nos cilindros ou a circulação do lubrificante é interrompida. Em casos extremos, pode até ser necessário fazer uma retífica completa ou substituir o motor. E isso ninguém quer!
Comparativo com motores concorrentes
Essa questão da correia banhada a óleo não é exclusividade da Chevrolet, viu? Modelos da Stellantis, como Fiat e Peugeot, também usam esse sistema e tiveram que revisar seus planos de manutenção. Eles estão recomendando troca a cada 100 mil km aqui no Brasil. A Hyundai e Kia, por outro lado, optam pela correia convencional externa nos motores Kappa TGDI, e a Volkswagen vai de corrente metálica nos TSI.
A principal vantagem da correia banhada a óleo é que ela reduz ruído e atrito, o que ajuda a economizar combustível e diminuir emissões. Mas fique esperto: a durabilidade depende muito da qualidade do óleo e de como você se relaciona com a manutenção do carro. Aqui no Brasil, a realidade é que muitos negligenciam a manutenção preventiva e acabam usando óleos que podem não ser os mais adequados.
Custo de reparo fora da garantia
Se a correia falhar antes da hora, o conserto pode sair caro, variando entre R$ 6 mil e R$ 13 mil, dependendo da contaminação do motor. Se tiver problemas sérios com o virabrequim ou outros componentes, o valor pode subir ainda mais. Essa questão de custos pega pesado, especialmente para quem não está mais com a garantia. Pensando nisso, a GM decidiu ampliar a cobertura para cinco anos nos modelos Onix e Tracker, mesmo com a correia antiga no sistema.
Essa atitude deixa a marca mais alinhada com os concorrentes, como o Hyundai HB20/Creta e o Jeep Renegade, que já oferecem garantias estendidas.
Onix e Tracker 2026: o que mais mudou?
Além da correia nova, o visual dos modelos também passaram por mudanças legais. O Onix agora tem uma nova grade frontal, faróis de LED nas versões mais completas e um painel moderninho, com central multimídia integrada e quadro de instrumentos digital. O Tracker também ganhou um para-choque remodelado e um interior com materiais de melhor qualidade. O pacote de equipamentos deve ser revelado nos próximos dias.
Sob o capô, os motores permanecem os mesmos: um 1.0 aspirado de 82 cv nas versões básicas e um 1.0 turbo, agora com 115 cv, nas versões mais equipadas. O motor 1.2 turbo, que tem até 133 cv, continua exclusivo do Tracker e vem com a mesma transmissão automática de seis marchas.
A Chevrolet confirmou que a linha 2026 já vai sair de fábrica com a nova correia, e a rede de assistência está sendo orientada a ficar de olho na integridade do sistema. Essa mudança representa um esforço da GM de melhorar a durabilidade do motor sem abrir mão do sistema atual. Contudo, não há previsão de recall para modelos anteriores.
Apesar das melhorias e da ampliação da garantia, a recomendação continua a mesma: manutenção em dia, troca de óleo nos prazos certos e atenção às especificações Dexos1 Gen2. Assim, você evita dores de cabeça e garante que seu carro funcione direitinho.