Análise de Superman: reboot de James Gunn decepcionante?

Um novo filme do Superman, dirigido por James Gunn, está gerando expectativas, mas também uma certa decepção entre os fãs. Gunn, conhecido por seu trabalho em “Guardiões da Galáxia”, recebeu a missão de revitalizar o “Homem de Aço”, que precisou de um recomeço após as misturas de tramas desastrosas em “Batman vs Superman: A Origem da Justiça” e “Liga da Justiça”.

O filme começa com uma nova história de origem que, em vez de ser direta e empolgante, apresenta uma narrativa confusa. Os créditos iniciais são preenchidos com explicações que fazem o público perder o fôlego antes que a ação comece. O tema musical clássico de John Williams, que remete a tempos mais felizes, é uma lembrança do que muitos esperavam que o filme pudesse ser.

David Corenswet interpreta o Superman, que se vê envolvido em uma guerra entre dois países fictícios, Boravia e Jarhanpur. O enredo apresenta Boravia, um suposto agressor, que invade Jarhanpur, levando Superman a intervir. No entanto, o filme não explica adequadamente por que essa guerra específica é mais relevante do que outras guerras ao redor do mundo. Essa escolha pode refletir uma tentativa de evitar qualquer conexão política com realidades complexas.

Enquanto isso, na história do repórter Clark Kent, interpretado por Corenswet, ele enfrenta problemas em sua relação com Lois Lane, que é vivida por Rachel Brosnahan. A dinâmica entre os dois parece ter ecos da icônica Monica Geller, de “Friends”. A performance de Skyler Gisondo como Jimmy Olsen e a participação subutilizada de Wendell Pierce como Perry White acrescentam uma leveza, embora um pouco abaixo do esperado.

Por trás de toda a ação, Lex Luthor, interpretado por Nicholas Hoult, desempenha um papel crucial manipulando situações para que sua rivalidade com Superman se intensifique. A revelação sobre as verdadeiras intenções dos pais de Superman, Jor-El e Lara, traz um componente emocional que o coloca em crisis, mas deixa no ar a pergunta sobre a relevância dessa história em um filme tão saturado de efeitos especiais e clichês.

As cenas finais do filme terminam com a já familiar destruição digital da cidade, que acabou se tornando uma marca registrada de muitos filmes de super-heróis. Embora esses grandes confrontos tenham seu charme, o público pode se perguntar se ainda há algo novo a ser explorado nesse gênero.

O filme “Superman” está agendado para ser exibido nos cinemas da Austrália em 10 de julho e nos Estados Unidos e Reino Unido no dia 11 de julho.