
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou ao Congresso para uma audiência na Comissão de Agricultura, um mês após ter deixado uma reunião anterior em meio a discussões acaloradas. Durante a sessão, ela enfrentou críticas de deputados, especialmente do grupo alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resposta, Marina recorreu a trechos bíblicos, incluindo um versículo do livro de João, que foi frequentemente utilizado por Bolsonaro em sua campanha e governo. Ela afirmou ter feito orações para ter paciência diante dos ataques.
Marina Silva destacou que o Brasil atingiu o menor número de alertas de desmatamento no mês de junho e mencionou que o desmatamento caiu 32% em comparação com anos anteriores. A ministra comentou que trouxe dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) não para ocultar a realidade, mas para apresentar a verdade sobre a situação ambiental do país.
O deputado Evair de Melo, do Progressistas, questionou Marina e insinuou que ela teria sido “adestrada” pela ideologia de esquerda e que não entendia a produção rural, afirmando que ela nunca havia trabalhado diretamente no agronegócio. Ele disse que seu discurso era alinhado a organizações internacionais. A ministra, por sua vez, afirmou que não se importa com injustiças e que, mais tarde, a verdade será revelada.
Ela mencionou uma longa oração que fizera naquela manhã, pedindo a Deus calma e tranquilidade, e citou ensinamentos bíblicos sobre a injustiça. Durante a audiência, também enfrentou críticas sobre sua condução de políticas de controle de javalis em propriedades rurais. Marina ressaltou que qualquer medida nesse sentido deve ser feita com base em orientações científicas, e não por caçadores.
Em outro momento, a ministra respondeu a um deputado que a chamou de vergonha, indicando que seu papel era defendido por suas convicções. Enquanto a audiência seguia, houve uma disparidade nas reações dos parlamentares, como quando o deputado Cabo Gilberto pediu calma, enquanto Marina levantava a voz para defender suas posições. A ministra então criticou a reação, apontando um padrão de machismo na forma como sua assertividade era vista.
Marina destacou também que, segundo um trecho de Levíticos, os humanos não são superiores a outros seres vivos, e reforçou que sua comparação de Deus como uma galinha simboliza o cuidado que Ele tem com Seus filhos. A sessão foi marcada por tensões entre a ministra e os deputados, refletindo os desafios da política ambiental no Brasil.