
Desde que o presidente Trump assumiu o controle da Guarda Nacional da Califórnia e enviou milhares de tropas a Los Angeles, o GI Rights Hotline tem recebido um número crescente de ligações de soldados e de suas famílias, expressando preocupação sobre a legalidade dessa ação. A situação está sendo contestada em tribunal federal, segundo o conselheiro do hotline, Steve Woolford, que oferece orientação confidencial aos membros das Forças Armadas.
Diversos integrantes da Guarda Nacional ressaltam que sua participação em operações de imigração federal não é aceitável, principalmente devido ao temor sobre familiares imigrantes serem detidos. Muitos deles afirmam que ingressaram no serviço militar para proteger sua nação, mas agora se veem em uma situação que ameaça suas famílias.
A moral dos aproximadamente 4.100 membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais em Los Angeles é motivo de preocupação, conforme apontam defensores dos veteranos que mantêm contato com os soldados. Em entrevistas, representantes de várias organizações de defesa de veteranos afirmaram que muitos soldados enxergam a missão atual como política e se sentem em conflito ao atuar contra cidadãos americanos.
A desmotivação entre os soldados pode impactar negativamente a retenção e o recrutamento, que haviam melhorado recentemente após um período difícil nesse aspecto. Famílias de militares têm se manifestado, dizendo que esta não era a missão que esperavam ao se alistar.
Janessa Goldbeck, uma veterana do Corpo de Fuzileiros Navais e atual executiva de uma organização de apoio a veteranos, relatou que muitos colegas compartilham a opinião de que a missão atual é desnecessária. Ela aponta que as autoridades locais e a polícia expressaram preocupações sobre a escalada que o envio de tropas poderia provocar.
Trump, por sua vez, defendeu suas ações, afirmando que o envio de tropas era necessário para conter as manifestações. No entanto, as tropas na cidade não têm autorização para prender manifestantes e foram enviadas para proteger funções e propriedades federais.
De acordo com o Task Force 51, que coordena as operações em Los Angeles, a moral entre os soldados é considerada positiva, com a equipe garantindo um ambiente de trabalho adequado e apoio psicológico. As condições de alojamento dos soldados têm sido uma preocupação, especialmente após denúncias de soldados dormindo em locais despreparados.
A mobilização de tropas em Los Angeles ocorre em um momento crítico, quando a Guarda Nacional também é frequentemente acionada para combate a incêndios florestais na Califórnia. Isso levanta questões sobre a capacidade da unidade de responder a múltiplas crises simultaneamente.
O envio das tropas também se entrelaça com preocupações mais amplas sobre a forma como o governo federal tem tratado os membros das Forças Armadas e veteranos, com algumas vozes afirmando que essa abordagem pode desestimular novos recrutas e levar a uma maior retenção de pessoal.
Além disso, o recrutamento e a retenção de novos soldados são complicados pela adoção de medidas que podem ser vistas como politicamente motivadas. A situação permanece tensa, com operações militares cercadas por um clima de protestos e descontentamento nas ruas de Los Angeles.
Diversas famílias expressam preocupação com a unsoldados e os efeitos que essa missão pode ter na vida pessoal deles, com relatos de dificuldades em conciliar obrigações civis e militares. Essa combinação de fatores gera um cenário complexo e preocupante, tanto para os membros da Guarda Nacional quanto para suas famílias.