Países islâmicos rejeitam ataques israelenses ao Irã em cúpula

Os países membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) se reuniram em Istambul para condenar os recentes ataques israelenses ao Irã. A reunião extraordinária foi convocada a pedido do governo iraniano em resposta a uma escalada militar que se prolonga há mais de nove dias e que pode provocar nova instabilidade na região.

Abbas Araghchi, ministro das Relações Exteriores do Irã, participou da cúpula após encontros em Genebra com representantes da Troika Europeia, que inclui ministros da Alemanha, Reino Unido e França. Durante os eventos, ele enfatizou que o fim imediato das ofensivas israelenses é essencial para retomar qualquer negociação diplomática.

Araghchi afirmou que a interrupção da agressão é um pré-requisito para um diálogo político significativo. A reunião em Istambul foi vista como uma oportunidade para o Irã se posicionar de maneira mais forte na comunidade islâmica e buscar apoio internacional contra a ofensiva militar israelense, com os participantes se referindo frequentemente a Israel como “entidade sionista”.

A combinação de uma postura militar firme e um esforço diplomático ativo por parte do Irã foi observada por analistas como uma indicação de que Teerã está comprometido em buscar uma solução política. O chanceler iraniano destacou que o país mantém as portas abertas para a diplomacia, mesmo diante das agressões.

Cerca de 20 países participaram da cúpula, incluindo Turquia, Paquistão, Catar, Indonésia e Malásia. A maioria se manifestou contra os ataques israelenses, pedindo um cessar-fogo imediato e exigindo ações concretas da comunidade internacional para conter a situação.

Como país anfitrião, a Turquia teve um papel importante na condenação das ações israelenses. O presidente Recep Tayyip Erdogan expressou preocupação com a possibilidade de que a Turquia também possa ser alvo de agressões, mencionando os laços econômicos e políticos estreitos com o Irã. O comércio entre Turquia e Irã atualmente é de cerca de 15 bilhões de dólares anuais, com a intenção de dobrar esse valor nos próximos anos.

Além disso, Araghchi ressaltou que algumas potências europeias não estão agindo de forma eficaz para impedir violações dos direitos humanos, referindo-se especificamente aos bombardeios em Gaza, Líbano e agora no Irã.

Nos bastidores, espera-se que a declaração final da reunião da OCI contenha uma forte reprovação às ações militares israelenses e um apelo à comunidade internacional para que os princípios do direito internacional sejam respeitados. A insistência em buscar soluções políticas e diplomáticas reforça a ideia de que, mesmo em tempos de crise, ainda há espaço para diálogos e contenção.

A reunião da OCI representa um avanço nas articulações do mundo islâmico diante de ataques externos e questiona a inércia de outras potências globais em relação à crise na região.