Você se lembra de TODOS os seus sonhos? A ciência explica o motivo da boa memória!

É mais comum esquecer dos sonhos assim que se acorda do que se lembrar de todos eles e a ciência tem a explicação perfeita para estes fenômenos.

Os sonhos sempre despertaram a curiosidade humana, seja por seu caráter enigmático, simbólico ou até por sua aparente aleatoriedade. Presentes em diferentes culturas e analisados por inúmeras escolas da psicologia, eles continuam sendo alvo de estudo na medicina do sono.

Além de sua complexidade psicológica, os sonhos também funcionam como indicadores da qualidade do descanso. Muitos associam o fato de se lembrar deles à criatividade ou à força da memória, mas essa interpretação pode ser enganosa.

O que poucos sabem é que o modo como lembramos — ou esquecemos — nossos sonhos está intimamente ligado à estrutura do sono. Assim, compreender esses fenômenos noturnos pode revelar sinais importantes sobre a saúde física e emocional.

Se você se lembra dos seus sonhos com frequência, entenda por quais motivos isso ocorre.
Se você se lembra dos seus sonhos com frequência, entenda por quais motivos isso ocorre. / Fonte: @Claudio_Scott no Pixabay

É normal se lembrar da maioria dos sonhos?

A crença popular de que lembrar de muitos sonhos representa uma mente ativa ou uma memória privilegiada não encontra respaldo científico. De acordo com especialistas do sono, lembrar frequentemente de sonhos pode sinalizar interrupções na qualidade do sono.

Todos nós sonhamos, mas a lembrança só ocorre quando há microdespertares — breves interrupções do sono, muitas vezes imperceptíveis, que geralmente surgem durante a fase REM, onde os sonhos são mais intensos. Essas lembranças não indicam lucidez mental, mas sim um sono fragmentado.

Ainda nesse contexto, especialistas destacam que não se lembrar de sonhos costuma ser um sinal de que o sono ocorreu de maneira contínua e profunda. Jovens, por exemplo, geralmente afirmam que “nunca sonham” ou que só se lembram de sonhos pouco antes de acordar.

Esse padrão indica que seu cérebro não sofreu interrupções durante o repouso, ou seja, o sono foi eficiente em cumprir seu papel de recuperação física e cognitiva. Portanto, quanto menos lembranças dos sonhos surgirem pela manhã, maior é a chance de que o sono tenha sido de boa qualidade.

No entanto, com o envelhecimento, essa dinâmica tende a se modificar. A partir dos 60 anos, o sono se torna naturalmente mais leve e fragmentado, levando a um aumento na frequência dos microdespertares. Isso explica por que pessoas mais velhas relatam lembrar-se de sonhos com mais nitidez e regularidade.

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Por que esquecemos os sonhos assim que acordamos?

Ao contrário do que muitos pensam, esquecer os sonhos logo ao despertar não representa uma falha da mente. Na verdade, isso está ligado ao funcionamento natural do cérebro durante o sono. Os sonhos ocorrem principalmente na fase REM.

Se não houver um despertar durante ou logo após essa etapa, as imagens e histórias oníricas não chegam a ser registradas na memória de longo prazo. Assim, o cérebro considera essas experiências como informações temporárias, que não merecem espaço permanente, priorizando outras funções vitais.

Além disso, fatores emocionais influenciam diretamente a lembrança ou o esquecimento dos sonhos. Durante períodos de estresse ou ansiedade, os sonhos costumam ser mais intensos e impactantes, facilitando sua recordação ao despertar.

Isso acontece porque as emoções afloradas ativam mecanismos cerebrais relacionados à memória, o que aumenta a probabilidade de os sonhos deixarem impressões mais fortes. Quando essas situações se tornam frequentes, é um sinal de alerta para revisar hábitos de sono e controlar os níveis de estresse.

Outro ponto importante é o papel dos despertares noturnos em meio ao sonho. Muitas vezes, uma pessoa acorda brevemente durante a noite, mas volta a dormir rapidamente. Mesmo que esse despertar seja curto, ele pode ser suficiente para ativar o estado consciente, registrando o sonho.

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Não me lembro de sonhar, será que não consigo?

É comum ouvir pessoas afirmando que não conseguem sonhar, mas essa ideia não condiz com a realidade biológica. Todos os seres humanos sonham, independentemente de se lembrarem disso ao acordar ou não.

O que muda é a frequência com que os sonhos são acessados pela memória consciente. A ausência de lembranças não significa a inexistência dos sonhos, mas sim que o sono ocorreu de forma contínua e sem interrupções que ativassem a consciência durante o ciclo REM.

Para avaliar se esse padrão está dentro da normalidade, é fundamental observar a quantidade de horas dormidas e a sensação de descanso ao acordar. Especialistas orientam que a quantidade de sono varia conforme a idade e as necessidades fisiológicas.

Crianças, por exemplo, devem dormir pelo menos 11 horas por noite. Adolescentes, devido à intensa atividade cerebral e física, precisam de 9 horas. Já os adultos devem manter entre 7,5 a 8 horas de sono por noite para garantir uma recuperação adequada do organismo.

Contudo, há exceções. Uma parcela pequena da população — cerca de 5% — possui um padrão fisiológico que exige apenas 6 horas de sono. Por outro lado, outro pequeno grupo necessita de até 10 horas para atingir um nível ideal de recuperação.

Essas variações mostram que o mais importante não é lembrar-se ou não de sonhar, mas sim respeitar as necessidades individuais do corpo e buscar um padrão de sono que proporcione bem-estar, energia e clareza mental ao longo do dia.

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