Golpe do Kwai usa vídeos falsos de famosos para arrancar dinheiro de usuários: entenda

Um novo golpe do Kwai está usando vídeos de famosos feitos em Inteligência Artificial para enganar usuários e roubar dinheiro.

O Kwai é uma rede social voltada para o compartilhamento de vídeos curtos, semelhante ao TikTok, que ganhou força entre os usuários brasileiros nos últimos anos. Com uma proposta de incentivar a criação de conteúdo simples, direto e com recompensas financeiras, o aplicativo se tornou um fenômeno.

Tanto pessoas jovens quanto pessoas de mais idade costumam usar, justamente por conta de toda essa atratividade que o app traz. Sua interface acessível e o sistema de indicação que premia visualizações contribuíram para a rápida expansão da base de usuários.

No entanto, essa popularidade também atraiu a atenção de golpistas, que encontraram no app uma oportunidade para enganar usuários desavisados por meio de fraudes disfarçadas de promoções legítimas. Diante desse cenário, entender como esses esquemas operam se tornou uma medida essencial.

O golpe do Kwai está fazendo dezenas de vítimas desavisadas. Confira.
O golpe do Kwai está fazendo dezenas de vítimas desavisadas. Confira. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiademanha.com.br

Como o golpe do Kwai funciona?

O golpe do Kwai segue um padrão bem estruturado e utiliza recursos tecnológicos para tornar a fraude mais convincente. Tudo começa com anúncios patrocinados que aparecem no próprio app, utilizando imagens chamativas e promessas de prêmios financeiros expressivos, que podem ultrapassar R$ 5 mil.

Para atrair a vítima, os criminosos usam vídeos modificados por inteligência artificial, os chamados deepfakes, em que rostos de pessoas famosas, como Fátima Bernardes ou Ratinho, explicam o suposto benefício. A estratégia explora a credibilidade das figuras públicas para convencer o usuário.

Vídeos de IA são usados frequentemente no golpe do Kwai.
Vídeos de IA são usados frequentemente no golpe do Kwai. / Fonte: Reprodução/Kwai

Esses vídeos normalmente alegam que o usuário tem direito a valores referentes à “indenização por vazamento de dados” ou como “recompensa por assistir vídeos no Kwai”. No entanto, para liberar o prêmio, é solicitado um pagamento via Pix, que supostamente cobre uma taxa administrativa.

O link fornecido nos anúncios leva a páginas falsas, que imitam com perfeição portais oficiais, como o gov.br ou a Receita Federal. Esse nível de detalhamento aumenta o grau de confiança da vítima, que acaba fornecendo dados pessoais e realizando o pagamento exigido sem suspeitar da fraude.

Além disso, os golpistas utilizam intermediadoras de pagamento, como Creditag e PrimePag, para ocultar os verdadeiros destinatários do Pix. Essas empresas processam os pagamentos e dificultam a rastreabilidade do dinheiro, o que impede a vítima de identificar diretamente os responsáveis pela fraude.

Mesmo quando o usuário tenta buscar apoio da instituição financeira ou da plataforma, as empresas envolvidas alegam não ter responsabilidade sobre os anúncios ou as transações realizadas. Isso deixa a vítima desamparada, com poucas alternativas para tentar reaver os valores perdidos.

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Como identificar quando é golpe?

Distinguir um golpe de uma ação real exige atenção redobrada, principalmente diante da sofisticação das fraudes digitais. O primeiro sinal de alerta surge quando a oferta parece boa demais para ser verdade, como depósitos em valores altos.

Anúncios que prometem altos valores de retorno, especialmente sem nenhum tipo de comprovação ou vínculo formal com instituições confiáveis, devem ser encarados com desconfiança. Nenhuma entidade séria oferece prêmios ou indenizações sem um processo claro e transparente.

Outro ponto crítico está nos próprios vídeos utilizados para divulgar o golpe. Deepfakes podem até parecer convincentes, mas muitas vezes apresentam pequenos erros de sincronia labial, cortes mal feitos ou entonações desconectadas com a imagem.

Além disso, o uso de nomes de famosos de forma não oficial, sem vínculo direto com a campanha, deve ser um indício imediato de fraude. Sempre que possível, vale verificar nos canais oficiais dos envolvidos se há alguma divulgação legítima sobre a suposta promoção.

Também é fundamental desconfiar de páginas que imitam portais públicos ou grandes empresas. Os golpistas usam URLs parecidas com as originais para enganar o usuário, alterando letras ou usando domínios incomuns.

Antes de inserir qualquer dado pessoal ou realizar pagamentos, é indispensável conferir se o endereço da página é legítimo. O uso de selos falsos, como brasões da Receita Federal ou logos do governo, não garante autenticidade. Por isso, o ideal é nunca clicar diretamente em links de anúncios.

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Cuidados para não cair no golpe do Kwai

Evitar cair no golpe do Kwai requer uma combinação de informação, prudência e desconfiança ativa diante de propostas tentadoras. A primeira medida de segurança é nunca realizar pagamentos antecipados para liberar prêmios.

Nenhuma instituição oficial exige Pix ou transferências para conceder benefícios legítimos. Além disso, todo e qualquer tipo de transação financeira deve ocorrer em ambientes protegidos, preferencialmente com verificação de identidade e canais de atendimento disponíveis.

Também é essencial denunciar imediatamente qualquer anúncio suspeito dentro da própria plataforma. Embora o Kwai alegue remover conteúdos fraudulentos assim que identificados, muitas vezes os anúncios circulam por tempo suficiente para enganar milhares de usuários.

Quanto mais denúncias os usuários enviarem, maior a chance de a plataforma agir com agilidade. Além disso, é fundamental registrar a ocorrência nos canais de defesa do consumidor, como o Procon e o site ReclameAqui, mesmo quando o prejuízo parecer pequeno.

Por fim, manter um hábito constante de checar fontes, pesquisar sobre novas fraudes e atualizar-se sobre os mecanismos de segurança digital é a melhor forma de se proteger. Golpistas sempre buscam novas maneiras de enganar, e apenas o conhecimento pode acompanhar essa velocidade.

Ao adotar práticas seguras, evitar cliques impulsivos e questionar informações que circulam nas redes, o usuário reduz drasticamente o risco de se tornar mais uma vítima. A atenção, nesse caso, não custa nada — mas pode evitar perdas financeiras significativas.

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