
Na última sexta-feira (4), o Banco Central decidiu suspender temporariamente três instituições financeiras do sistema Pix: Transfeera, Soffy e Nuoro Pay. A medida foi tomada devido a suspeitas de que essas empresas tenham recebido dinheiro desviado em um grande golpe financeiro. A investigação se concentra em um ataque à C&M Software, uma empresa responsável pela intermediação entre fintechs e o Sistema de Pagamentos Brasileiro. Esse ataque resultou no desvio de R$ 800 milhões.
Com a suspensão, tanto as empresas quanto seus clientes não poderão utilizar o sistema Pix por até 60 dias. Essa ação está de acordo com a legislação que rege o funcionamento do Pix, a qual permite a suspensão de qualquer participante que possa comprometer a integridade do sistema de pagamentos.
Inicialmente, foi considerado que o roubo era resultado de um ataque hacker, mas essa hipótese foi reavaliada após a prisão de um funcionário da C&M Software. O indivíduo confessou envolvimento no desvio de recursos, alterando assim a perspectiva sobre como o roubo ocorreu.
Até agora, as investigações indicam que o Banco BMP, uma fintech que oferece serviços de conexão ao Pix a empresas sem acesso a esse sistema, foi o mais afetado, com um desvio de R$ 541 milhões. Entretanto, a instituição assegura que seus clientes não foram prejudicados.
Além do Banco BMP, outros sete bancos que utilizam a C&M Software também podem ter sido impactados pelo golpe. Após o ataque, a C&M Software foi temporariamente desligada do sistema Pix, mas essa suspensão foi revisada. Agora, a empresa poderá operar em dias úteis entre 6h30 e 18h30, desde que implemente um monitoramento mais rigoroso em relação a fraudes e limites de transações.
As autoridades policiais, incluindo a Polícia Civil do Estado de São Paulo e a Polícia Federal, estão conduzindo uma investigação criminal do caso, com especial atenção para o combate a crimes cibernéticos.