PMI industrial do Brasil recua pelo terceiro mês em junho

A atividade industrial do Brasil apresentou uma queda significativa em junho, com o Índice dos Gerentes de Compras (PMI) atingindo 49,3 pontos. Essa informação foi divulgada pela S&P Global e representa um sinal de retração na atividade do setor. Nos serviços, o índice também recuou, saindo de 49,6 pontos em maio para um novo grau de contração, evidenciando que os números estão abaixo da marca de 50 pontos pela terceira vez consecutiva.

Os dados mostram que os principais desafios enfrentados pelas empresas estão ligados ao alto custo do crédito, à diminuição da demanda e à redução constante no número de novos pedidos. Pollyanna de Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, alertou que esses fatores, somados à preocupação com as eleições presidenciais de 2026, afetam a confiança no mercado.

Outros indicadores revelam que o setor privado brasileiro está enfrentando seu pior desempenho desde 2021. As avaliações da atividade econômica no segundo trimestre de 2025 foram as mais fracas dos últimos dois anos, tanto para os produtores de bens quanto para os prestadores de serviços.

O PMI composto, que integra dados das indústrias e serviços, caiu de 49,1 para 48,7 pontos, marcando o menor nível desde janeiro. Ambos os setores registraram uma diminuição na atividade e no volume de novos pedidos, sendo que a retração foi mais acentuada na indústria. Neste setor, o PMI despencou de 49,4 para 48,3, atingindo o patamar mais baixo desde julho de 2023.

Em termos de emprego, o setor de serviços conseguiu ampliar o número de colaboradores em junho, marcando o oitavo mês consecutivo de crescimento no emprego, embora a variação tenha sido modesta em relação ao mês anterior. Por outro lado, a indústria notou uma queda na criação de novos postos de trabalho, refletindo a fraqueza da atividade e a redução nos pedidos.

A análise da S&P também aborda a inflação dos preços no setor de serviços, que apresentou a taxa mais baixa em mais de um ano. Isso ocorreu devido à diminuição nos novos contratos, o que dificultou o repasse de custos. Mesmo assim, os custos dos insumos aumentaram levemente, com as empresas relatando maior gasto com produtos diversos, como materiais de construção, alimentos, combustíveis e mão de obra.

Em relação à confiança entre os fornecedores de serviços, embora haja uma expectativa de aumento na produção nos próximos 12 meses, o otimismo diminuiu. O grau de confiança registrado foi o mais baixo dos últimos três meses, revelando uma preocupação crescente com os desenvolvimentos futuros do setor.