Bolsa cai e dólar chega a R$ 5,42, mínimo desde setembro de 2024

A recente queda do dólar é uma tendência observada em diversas partes do mundo. De acordo com Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado financeiro, o índice DXY, que avalia o desempenho do dólar americano em relação a outras moedas, está em torno de 96 pontos, o que indica uma perda de valor da moeda norte-americana. No Brasil, ainda há um fluxo constante de dólares entrando no país, impulsionado por fatores como a alta taxa de juros Selic, que atrai investidores interessados em títulos públicos e ações.

Em relação à Bolsa de Valores brasileira, houve uma queda no Ibovespa, que é o principal índice de ações do país. O índice recuou 0,36%, marcando 139.050,93 pontos. Essa queda é atribuída a incertezas fiscais que afetam o mercado, bem como à realização de lucros por parte dos investidores, uma prática comum no início de cada mês e semestre. Sant’ Anna destaca que essa movimentação é parte do reposicionamento de carteiras para o segundo semestre, com uma queda notável nas ações dos bancos e um cenário difícil para o varejo.

Além disso, as incertezas fiscais no Brasil estão gerando preocupação entre os investidores. O atrito entre o governo e o Congresso gira em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que aumenta a incerteza no mercado. Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, menciona que essa instabilidade é uma fonte significativa de preocupação.

Por outro lado, nos Estados Unidos, o mercado de trabalho apresentou uma surpresa negativa. O setor privado registrou a perda de 33 mil empregos em junho, contrariando as previsões que esperavam a criação de 115 mil novas vagas. Alison Correia, analista de investimentos, aponta que essa desaceleração no emprego pode influenciar a inflação de forma negativa, ou seja, uma diminuição, já que menos empregos geralmente indicam uma desaceleração econômica.