
Um juiz federal determinou na última sexta-feira que o Secretário de Estado Marco Rubio, que também atua como arquivista interino, deve coletar mensagens do aplicativo Signal pertencentes a altos funcionários da administração Trump, que correm risco de serem deletadas. Essas mensagens devem ser encaminhadas ao Departamento de Justiça para análise.
O juiz James Boasberg afirmou que não poderia fazer nada em relação às mensagens que já foram deletadas. A decisão foi tomada após uma ação judicial apresentada por um grupo de fiscalização que processou cinco membros do gabinete do ex-presidente Donald Trump, incluindo Rubio. O caso ganhou destaque após uma matéria da Atlantic revelar uma conversa no Signal entre os oficiais discutindo planos de ataques aéreos contra os houthis no Iémen.
Boasberg, que se tornou conhecido por suas decisões contrárias à administração Trump em um caso de imigração, destacou que os cinco oficiais “até agora negligenciaram suas obrigações” de acordo com a Lei dos Arquivos Federais.
O grupo que entrou com o processo, a American Oversight, sustentou que os membros do gabinete usaram o Signal, um aplicativo de mensagens criptografadas, para comunicar assuntos de trabalho e permitiram que as mensagens fossem deletadas automaticamente, o que pode ter levado à perda permanente dessas informações.
No entanto, Boasberg enfatizou que sua capacidade de responder às alegações da American Oversight era limitada, além de exigir que Rubio solicitasse à Procuradora Geral Pam Bondi que garantisse o cumprimento da lei para as mensagens existentes no Signal que estão em risco de destruição.
Chioma Chukwu, diretora executiva da American Oversight, comentou que o grupo está aguardando, mas está “totalmente preparado” para entrar com novo processo se descobrir que a administração Trump não está seguindo a ordem do juiz.
Na discussão relativa ao caso, Boasberg indicou que não deveria ser necessário que a corte interviesse para exigir que o arquivista atuasse de acordo com suas obrigações legais. Ele se referiu ao incidente no Signal que envolveu Rubio, o Secretário da Defesa Pete Hegseth, o diretor da CIA John Ratcliffe e outros discutindo planos de ataque. O problema surgiu quando um jornalista da Atlantic foi acidentalmente adicionado à conversa.
A administração Trump negou qualquer irregularidade, afirmando que a comunicação não era “classificada”. Durante uma coletiva de imprensa, Bondi evitou responder sobre uma possível investigação, reiterando que a conversa era apenas “sensível” e não “classificada”. O inspetor geral do Pentágono iniciou uma investigação sobre o ocorrido em abril, em resposta a um pedido bipartidário do Comitê de Serviços Armados do Senado.