Você usa e nem imagina: remédio ‘queridinho’ no Brasil é vetado no exterior; entenda o motivo

Um remédio famoso no Brasil foi banido em vários países. Entenda os riscos por trás da nimesulida e por que ela ainda é liberada aqui.

No Brasil, é comum encontrar remédios como a nimesulida entre os itens básicos das casas. Usada para tratar dores, febre e inflamações, essa substância tem o aval de muitos médicos. No entanto, em diversos países, o cenário é completamente diferente. Autoridades internacionais proibiram o uso da nimesulida por causa dos riscos graves à saúde.

Essas diferenças nas decisões mostram como cada país adota critérios próprios para aprovar ou proibir medicamentos. Enquanto no Brasil o acesso aos remédios leva em conta a realidade da população, em outros locais o foco se concentra na prevenção de efeitos adversos, mesmo que eles sejam raros.

O caso da nimesulida chama atenção porque, apesar de sua eficácia, o uso inadequado pode causar danos severos ao fígado. Em alguns relatos, pacientes que tomaram o remédio corretamente precisaram de transplante ou sofreram falência hepática.

Diante disso, é importante entender por que esse e outros remédios ainda estão liberados no Brasil, quais os riscos envolvidos e como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trata esse tema.

Remédio queridinho no Brasil
O uso de um remédio comum pode trazer efeitos graves ao fígado. Veja por que especialistas pedem mais atenção com medicamentos liberados no Brasil. (Foto: Jeane de Oliveira / www.noticiadamanha.com.br).

O que é a nimesulida e por que o remédio gera preocupação?

A nimesulida pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides. Ela atua como analgésico, antitérmico e anti-inflamatório. Médicos costumam receitar esse remédio para aliviar dores agudas, como as de dente, garganta ou ouvido. O uso também se estende a inflamações leves e moderadas.

Apesar da aceitação no Brasil, muitos países retiraram o remédio do mercado após estudos apontarem riscos de toxicidade hepática. Mesmo quando usada dentro da dose recomendada, a nimesulida provocou problemas sérios em alguns pacientes.

Relatos de falência do fígado e necessidade de transplantes motivaram o banimento da substância em lugares como Estados Unidos, Canadá, Japão, Irlanda, Espanha, Alemanha, Suécia e outros. Essas proibições se basearam em dados clínicos e avaliações de risco.

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O que diz a Anvisa sobre o uso da nimesulida?

No Brasil, a Anvisa permite a venda da nimesulida, mas impõe restrições importantes para o seu uso. O remédio não deve ser administrado em crianças menores de 12 anos, pessoas com problemas no fígado, nos rins ou que tenham histórico de reações adversas a anti-inflamatórios.

Além disso, a Anvisa recomenda evitar o uso prolongado. Segundo a agência, o medicamento precisa ser prescrito por um médico, que deve acompanhar sinais de possíveis danos ao fígado durante o tratamento. Isso mostra que o uso sem controle médico pode causar sérias complicações.

A agência afirma seguir critérios técnicos na liberação dos medicamentos. Porém, reconhece que os países adotam regras diferentes, o que explica por que remédios proibidos fora do Brasil continuam à venda por aqui.

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Outros remédios em situação semelhante

Remédio
Um remédio popular pode trazer riscos ao fígado e você nem sabe. (Foto: Jeane de Oliveira / www.noticiadamanha.com.br).

A nimesulida não é o único remédio comum no Brasil que foi proibido em outros lugares. Um exemplo conhecido é a dipirona, usada amplamente contra dor e febre. Apesar da eficácia, países como Estados Unidos, Japão e Austrália vetaram o medicamento por causa do risco de agranulocitose, uma doença que afeta o sistema imunológico.

Outro caso é o da sibutramina, indicada para emagrecimento. Nos Estados Unidos, ela foi retirada do mercado após ser relacionada a infartos e AVCs em alguns pacientes. No Brasil, ainda é vendida com prescrição médica.

Medicamentos como a Ritalina®, o Diane® 35 e a pseudoefedrina também enfrentaram restrições fora do Brasil. Em muitos desses casos, as autoridades alegaram que os efeitos colaterais superam os benefícios, especialmente quando não há controle rigoroso na prescrição.

Por que o Brasil mantém esses medicamentos disponíveis?

As decisões sobre quais medicamentos podem ser vendidos no Brasil consideram diversos fatores. Entre eles estão a realidade do sistema de saúde, o custo dos tratamentos e o impacto direto na vida das pessoas. Em alguns casos, o acesso imediato a um remédio eficaz se torna mais importante do que o risco de efeitos raros.

O Brasil adota regras próprias, e a Anvisa afirma seguir protocolos de segurança, eficácia e qualidade. Mesmo assim, alguns especialistas defendem uma reavaliação mais rígida para certos remédios, especialmente aqueles com histórico de reações graves fora do país.

Cabe ao médico orientar cada paciente sobre o uso correto e avaliar os riscos conforme o quadro clínico. Por isso, é essencial evitar a automedicação e seguir sempre a orientação de um profissional de saúde.

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O que você deve fazer antes de usar qualquer remédio?

Antes de tomar qualquer remédio, a melhor decisão é conversar com um médico. Mesmo substâncias vendidas sem receita podem causar efeitos colaterais ou interagir com outros medicamentos. Além disso, o uso incorreto pode mascarar doenças ou piorar o estado de saúde.

Nunca tome remédio com base em indicações de conhecidos ou por causa de informações da internet. Cada organismo responde de forma diferente, e apenas um profissional consegue avaliar se o medicamento realmente vai ajudar no seu caso.

Também é importante relatar qualquer efeito estranho que surgir após o uso. Ao informar o médico sobre essas reações, ele pode suspender o remédio, substituir por outro ou ajustar a dose para evitar complicações futuras.

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