Israel e Hamas iniciam acordo de cessar-fogo em Gaza

Israel e o Hamas assinaram um acordo preliminar para um cessar-fogo em Gaza, conforme anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa confirmação veio também das duas partes diretamente envolvidas no conflito.

Em suas redes sociais, Trump declarou que todos os prisioneiros detidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 serão libertados. Ele destacou o significado desse dia não apenas para o mundo árabe e muçulmano, mas também para Israel, países vizinhos e os Estados Unidos.

O Hamas, por meio de uma mensagem no Telegram, pediu que os países que garantem o tratado assegurem que Israel cumpra todos os termos acordados. O grupo palestino também reconheceu a mediação de Catar, Egito e Turquia, e agradeceu os esforços de Trump nas negociações. Na mesma mensagem, reafirmou seu compromisso com os direitos do povo palestino, buscando liberdade e autodeterminação.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que terá uma reunião com a liderança do governo na próxima quinta-feira (9) para aprovar o acordo. Ele classificou a negociação como uma vitória diplomática e moral para Israel.

O governo israelense planeja que a libertação dos prisioneiros comece no sábado (11), embora haja informações de que o Hamas solicita um prazo maior para a liberação, que estaria condicionada à soltura dos palestinos presos em Israel.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, afirmou que o acordo pode resultar no término da guerra e na entrada de ajuda humanitária em Gaza. Ele também mencionou que mais detalhes sobre o acordo serão divulgados futuramente.

Nos últimos anos, foram realizados dois acordos de cessar-fogo que não prosperaram, durando apenas alguns dias antes de a situação em Gaza se deteriorar novamente. Estima-se que mais de 65 mil palestinos perderam a vida em ataques na região, levando analistas a classificar a situação como genocídio e crimes contra a humanidade. Nas últimas semanas, houve tensão relacionada a embarcações que tentaram se aproximar de Gaza com suprimentos, sendo interceptadas pela marinha israelense.

Até o final de setembro, diversos países começaram a reconhecer o Estado da Palestina como parte de um esforço para resolver o conflito e encerrar a crise humanitária em Gaza. A comunidade internacional tem defendido a criação de dois estados como solução viável. O plano dos Estados Unidos sobre esse assunto ainda carece de clareza, condicionando a existência do Estado palestino a melhorias na reconstrução de Gaza e reformas na Autoridade Palestina. Somente após essas condições o processo em direção à autodeterminação do povo palestino poderia avançar.

Ainda em setembro, aliados dos Estados Unidos continuaram a reconhecer o Estado da Palestina, numa medida para pressionar Israel a atuar diante da crise em Gaza e evitar a anexação de mais terras palestinas.