Trump perde a paciência com Putin: entenda os motivos atuais

Cinco meses atrás, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou surpresa ao afirmar que o presidente russo, Vladimir Putin, desejava a paz na Ucrânia, mesmo após a invasão russa ao país. Trump expressou essa crença durante uma entrevista, dizendo conhecer bem Putin e que confiava no que ele dizia sobre o assunto.

No entanto, seu discurso mudou drasticamente recentemente. Na última reunião do seu gabinete, Trump fez críticas claras a Putin, sugerindo que o líder russo não era uma figura confiável para o diálogo. Ele afirmou que os comentários de Putin eram muitas vezes enganosos, descrevendo a postura do presidente russo como “muito simpática, mas sem significado real”.

Essa mudança de tom não foi um evento isolado. Nos últimos dias, Trump também revogou uma pausa na entrega de armas defensivas à Ucrânia, mudando seu foco de culpar ambos os lados pelo conflito para reconhecer a coragem dos ucranianos em sua luta. Ele elogiou os esforços dos combatentes ucranianos, destacando que a ajuda militar dos Estados Unidos estava sendo bem utilizada.

A nova postura de Trump tem gerado discussões sobre as razões por trás dela. Em anos anteriores, Trump frequentemente evitou criticar Putin e parecia estar disposto a adotar uma abordagem menos rigorosa em relação ao líder russo. Sua recente crítica pode ser vista como uma tentativa de pressionar Putin, sem necessariamente indicar uma mudança radical na política do governo dos Estados Unidos em relação à guerra na Ucrânia.

Apesar de sua contundente crítica a Putin, Trump não se comprometeu a apoiar um novo pacote de sanções contra a Rússia, que conta com apoio de mais de dois terços do Senado. Isso levanta a questão de até que ponto suas declarações refletem uma mudança verdadeira em sua estratégia. Trump tem sido historicamente resistente a realizar críticas abertas a Putin e, em momentos anteriores, se defendeu de ataques por suas palavras elogiosas ao líder russo.

Após a invasão da Ucrânia, Trump fez breves comentários sobre a “apelação” da ação da Rússia. Porém, suas declarações muitas vezes pareciam direcionadas a responder à pressão política, especialmente em um contexto eleitoral, após enfrentar críticas por suas opiniões favoráveis a Putin.

Agora, parece que Trump pode estar percebendo que os interesses dos EUA na Ucrânia são incompatíveis com os objetivos de Putin. Durante seu tempo na presidência, Trump sempre procurou por vitórias políticas e agora enfrenta a realidade de que Putin não está disposto a negociar um compromisso que não envolva a completa dominação da Ucrânia.

As recentes declarações de Trump, que expressam frustração em relação a Putin, podem indicar uma nova fase. A porta-voz do Departamento de Estado sugere que ele está reagindo a novos fatos, afirmando que Trump é uma pessoa aberta, mas não ingênua, e tem seus princípios claros em relação ao que deseja alcançar.

As mudanças nas falas de Trump poderão ser interpretadas à luz das circunstâncias atuais. Após uma conversa com Putin, a Rússia lançou um dos maiores ataques aéreos na Ucrânia, o que poderia ter contribuído para essa nova abordagem. A política externa de Trump muitas vezes considerou a dinâmica de poder e não apenas questões morais, e agora há indícios de que essa avaliação pode estar mudando.

O impacto do orgulho e da política interna também não pode ser subestimado. Trump tem dado a Putin mais benefícios do que outros líderes ocidentais e evitado julgamentos morais sobre suas táticas de poder. Contudo, o contexto atual pode levar a uma nova leitura sobre a situação na Ucrânia. O tempo dirá se essa nova postura de Trump se consolidará ou se será apenas um momento passageiro.