Dólar cai com melhora no exterior e maior apetite por risco

Nesta terça-feira (8), o dólar apresentou uma queda de 0,58% em relação ao real, fechando a R$ 5,44. Essa desvalorização ocorreu após um dia tenso, motivado pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas de até 40% para 14 países, incluindo Japão, Coreia do Sul e África do Sul.

Os investidores reagiram de maneira mais calma depois que Trump informou que essas tarifas só começarão a valer a partir de 1º de agosto. Esse prazo permite um espaço para negociações com os países afetados. Além disso, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que houve avanços nas conversas comerciais com a China e com a União Europeia.

Em relação ao mercado latino-americano, o real não foi o único a se valorizar: moedas como o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano também apresentaram alta frente ao dólar. Essa movimentação sugere um retorno do interesse dos investidores por ativos de risco, mesmo diante de uma crescente aversão ao risco global.

Por outro lado, especialistas apontam que mudanças na política monetária dos Estados Unidos podem impactar o valor do dólar. O Federal Reserve, banco central dos EUA, está considerando realizar até três cortes de juros ainda neste ano. Se isso ocorrer, a diferença entre as taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos pode aumentar, tornando o real mais atraente para os investidores.

O Dollar Index (DXY), que mede a força do dólar em comparação a seis moedas fortes, teve oscilações durante o dia e fechou perto de 97,500 pontos, continuando a apresentar uma queda de dois dígitos no acumulado do ano.

No âmbito legislativo, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, comentou que espera um acordo entre o Congresso e o governo sobre o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Essa discussão ganhou destaque após o Supremo Tribunal Federal suspender decretos relacionados a esse tributo.