Trump anunciará tarifas comerciais de 10% a 70% em agosto

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, alcançou, nesta quinta-feira (3), a marca histórica de 141.303,55 pontos durante o pregão. O índice fechou com uma valorização de 1,35%, terminando o dia em 140.927,86 pontos.

O volume de negócios foi de R$ 16,5 bilhões, abaixo da média, em função da redução na liquidez nos mercados internacionais por causa do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos.

A alta do índice foi impulsionada especialmente pelo setor financeiro. As ações do Bradesco, tanto na modalidade ordinária (ON) quanto preferencial (PN), subiram 2,12% e 2,38%, respectivamente. O Itaú também teve um bom desempenho, com um aumento de 2,47%. A Petrobras, por sua vez, viu suas ações ordinárias e preferenciais subirem 0,46% e 0,34%, beneficiadas pelos preços do petróleo.

As maiores valorizações do dia foram registradas pela Embraer, com um crescimento de 4,50%, e pela Engie, que subiu 4,13%. Esses resultados, somados a dados do mercado de trabalho que superaram expectativas, geraram um ambiente favorável para investimentos de risco.

No cenário internacional, o feriado de 4 de julho provocou o fechamento dos mercados em Nova York, influenciando a liquidez global. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve sancionar um projeto de lei orçamentário que pode aumentar a dívida do país. Além disso, ele começará a enviar cartas aos parceiros comerciais que não conseguiram fechar acordos, anunciando tarifas de importação que vão variar de 10% a 20% e de 60% a 70%, a serem implementadas a partir de 1º de agosto.

No Brasil, ocorre a Cúpula dos Brics, que tem seu início com um jantar de boas-vindas no Rio de Janeiro, mas não contará com a participação dos líderes Vladimir Putin e Xi Jinping. Enquanto isso, a situação fiscal do país continua repercutindo, especialmente em relação ao impasse sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), refletindo a tensão entre o Congresso e o governo.

Além disso, o setor industrial está apostando em produtos mais acessíveis para conquistar o mercado. O uso da inteligência artificial também está se tornando uma ferramenta relevante nas interações políticas nas redes sociais. Por outro lado, o Congresso quer garantir que o governo efetue pagamentos de emendas antes das eleições de 2026.

As bolsas da Europa estão enfrentando desafios e operam em queda devido à incerteza em torno das negociações comerciais com os EUA e à baixa liquidez em decorrência do feriado americano. Na Ásia, os índices também registraram queda, com apenas o Japão e a bolsa de Xangai apresentando resultados positivos.

No que diz respeito ao mercado de commodities, o petróleo teve uma leve queda antes da reunião da Opep+. O preço do Brent teve uma redução de 0,92%, encerrando a cotação a US$ 68,17, enquanto o WTI caiu 0,87%, chegando a US$ 66,42. Por outro lado, o minério de ferro apresentou alta de 2,45% na China, enquanto os contratos futuros em Singapura registraram uma leve diminuição.

No Brasil, questões fiscais e a relação entre o Executivo e o Legislativo sobre o IOF seguem em destaque, com ações sendo tomadas no STF. O governo está planejando um pacote para impulsionar o mercado imobiliário, incluindo novas formas de crédito habitacional. Amanhã, a balança comercial de junho será divulgada, com previsão de saldo positivo de US$ 6 bilhões.

Em relação ao mercado corporativo, algumas empresas estão se destacando: a Petrobras e a Braskem anunciaram investimentos de R$ 33 bilhões para expandir suas operações; a Embraer entregou 61 aeronaves no segundo trimestre, marcando um aumento de 30% em relação ao ano anterior; a Copel Distribuição aprovou uma emissão de debêntures no valor de R$ 3 bilhões; a Prio viu um aumento de 9,6% na produção de petróleo; e a Santos Brasil movimentou 143,57 mil contêineres em junho, um crescimento de 9,8% em suas operações. A Justiça também negou um pedido da Previ em relação a assembleias da BRF e Marfrig, que estão agendadas para 14 de julho.