
Muitas pessoas podem achar que é normal quando o cachorro come cocô porque os relatos não são incomuns, mas isso pode indicar problemas.
Compreender o comportamento dos cachorros é essencial para garantir uma convivência saudável e harmoniosa entre tutores e pets. Desde filhotes, os cães demonstram atitudes que podem parecer estranhas aos olhos humanos, mas que fazem sentido dentro de sua natureza instintiva.
Alguns hábitos, como cheirar intensamente objetos ou rolar em superfícies inusitadas, despertam dúvidas e até preocupações, especialmente quando envolvem ações como comer fezes. Este comportamento específico, chamado coprofagia, desafia muitos tutores que buscam soluções eficazes para corrigi-lo.
Entretanto, antes de aplicar qualquer medida corretiva, é indispensável investigar as causas por trás dessa prática. Assim, identificar os fatores envolvidos se torna o primeiro passo para entender o que motiva o cachorro a agir dessa forma e quais atitudes tomar em seguida.
Neste artigo, você confere:
Afinal, por que o cachorro come cocô?
Embora esse hábito pareça simplesmente repulsivo, ele pode ter origens diversas, que vão desde fatores instintivos até questões clínicas mais sérias. Os tutores, frequentemente assustados com esse comportamento, precisam compreender que a coprofagia pode indicar desequilíbrios.
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Instinto de sobrevivência e comportamento herdado
Desde os tempos em que viviam em matilhas selvagens, os cães desenvolveram instintos relacionados à limpeza e proteção do grupo. Fêmeas costumam comer as fezes de seus filhotes para manter o ambiente limpo e afastar predadores.
Além disso, filhotes em fase de descoberta muitas vezes imitam o comportamento da mãe, perpetuando o hábito. Esse instinto, ainda presente nos cães domesticados, pode ressurgir especialmente em ambientes pouco estimulantes, nos quais o animal tenta suprir a falta de interação com o cocô.
Falta de nutrientes e alimentação inadequada
A dieta do cão influencia diretamente seu comportamento, especialmente quando há deficiência de nutrientes. A falta de enzimas digestivas, vitaminas ou minerais pode levar o cachorro a buscar esses elementos nas próprias fezes, numa tentativa de compensar o desequilíbrio.
Além disso, rações de baixa qualidade ou uma alimentação mal balanceada não são totalmente absorvidas pelo organismo, fazendo com que as fezes ainda tenham cheiro e sabor atrativos para o animal. Essa percepção leva o pet a enxergar as fezes como uma fonte de alimento reaproveitável.
Estresse, tédio e ansiedade
A saúde emocional dos cães influencia diretamente seus comportamentos cotidianos. Animais deixados sozinhos por longos períodos, sem estímulos físicos ou mentais, podem desenvolver hábitos compulsivos, como a coprofagia.
O estresse gerado por mudanças no ambiente, falta de companhia ou ausência de rotina contribui para que o cachorro busque formas de aliviar a tensão. Nesse contexto, comer fezes pode se tornar uma válvula de escape. Além disso, quando o tutor reage de forma exagerada ao flagrar, pode piorar.
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Meu cachorro come cocô, como fazer parar?
Eliminar a coprofagia requer paciência, consistência e ações práticas. Compreender os gatilhos é fundamental, mas agir diariamente com medidas estratégicas torna possível corrigir esse comportamento. Abaixo estão cinco dicas eficazes para ajudar o seu cão a abandonar esse hábito.
Reforce a alimentação com qualidade e equilíbrio
Ofereça uma ração de boa procedência e adaptada às necessidades do seu cão. Consulte um veterinário para garantir que não há deficiência de nutrientes ou necessidade de suplementação. Uma dieta adequada reduz as chances de o animal buscar fontes alternativas de nutrição.
Mantenha o ambiente limpo e livre de fezes
Retire as fezes imediatamente após o animal defecar, evitando que ele tenha a oportunidade de ingeri-las. Um ambiente limpo previne a repetição do comportamento e reforça a associação de que fezes não são objetos de interesse.
Evite repreensões e use reforço positivo
Não grite nem puna seu cachorro ao flagrá-lo comendo fezes. Em vez disso, redirecione a atenção com comandos positivos e recompense o bom comportamento com petiscos ou carinho. O reforço positivo cria uma associação saudável e evita o aumento da ansiedade.
Aumente os estímulos físicos e mentais
Ofereça passeios diários, brinquedos interativos e atividades que envolvam o faro e a inteligência. O enriquecimento ambiental reduz o tédio e o estresse, principais causas da coprofagia em cães que passam muito tempo sozinhos ou ociosos.
Consulte um profissional comportamentalista ou veterinário
Quando o comportamento persiste mesmo após mudanças na rotina, buscar ajuda profissional é essencial. Um especialista pode identificar causas clínicas ou emocionais mais profundas e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.