
A patente do Ozempic finalmente se tornou pública, o que significa que outros laboratórios podem reproduzir o medicamento por valores mais baixos.
As canetas emagrecedoras representam uma nova geração de tratamentos que associam eficácia médica e praticidade no controle da obesidade e de doenças metabólicas, como o diabetes tipo 2. Eles possuem substâncias que simulam hormônios naturalmente produzidos pelo organismo.
Dessa forma, essas medicações agem diretamente na regulação do apetite e no equilíbrio da glicose no sangue. Por isso, tornaram-se populares tanto entre pacientes com prescrição médica quanto entre pessoas interessadas em estratégias de perda de peso.
Seu uso, no entanto, exige acompanhamento profissional rigoroso, já que envolve mecanismos hormonais delicados e pode provocar efeitos colaterais. Nos últimos anos, marcas como Ozempic, Saxenda e Victoza consolidaram-se como referência nesse mercado.

Neste artigo, você confere:
Ozempic e outras canetas emagrecedoras serão produzidas no Brasil
A farmacêutica EMS anunciou o lançamento, previsto para agosto, das primeiras canetas emagrecedoras de fabricação nacional. A empresa obteve autorização da Anvisa para iniciar a produção de medicamentos com base na liraglutida, substância usada no controle do diabetes tipo 2 e da obesidade.
Essa iniciativa marca um avanço estratégico no setor farmacêutico nacional, já que rompe a dependência total de importações e reduz os custos associados à produção estrangeira. Com isso, o Brasil dá um passo relevante no enfrentamento de doenças crônicas que afetam milhões de pessoas.
Dois produtos chegarão ao mercado ainda em 2025: o Olire, destinado ao tratamento da obesidade, e o Lirux, voltado para o diabetes tipo 2. Ambos utilizam a mesma molécula ativa, diferenciando-se apenas na dosagem e no público-alvo.
Enquanto o Olire terá dose de até 3 mg e atenderá adultos e adolescentes a partir de 12 anos, o Lirux oferecerá dose de 1,8 mg para pacientes a partir dos 10 anos com diagnóstico confirmado de diabetes. Além disso, a EMS pretende disponibilizar 200 mil unidades já nos primeiros meses após o lançamento.
Além da produção nacional de liraglutida, a EMS prepara-se para lançar sua versão da caneta com semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, tão logo a patente expire no Brasil, em 2026. A fabricação dessas moléculas já começou em fase piloto.
Tudo ocorre dentro de uma unidade recém-estruturada em Hortolândia, São Paulo. Esse investimento representa a primeira fábrica no país dedicada à produção local dessas substâncias, posicionando a EMS como concorrente direta das farmacêuticas internacionais no segmento.
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Como o Ozempic e as demais canetas funcionam?
Os medicamentos em forma de caneta utilizam compostos que imitam o GLP-1, um hormônio liberado pelo intestino logo após a ingestão de alimentos. Esse hormônio sinaliza ao cérebro que o corpo já está alimentado, reduzindo o apetite e estimulando a produção de insulina.
Isso é o que estabiliza os níveis de açúcar no sangue. Essa dupla atuação torna essas medicações eficazes tanto no controle da glicemia quanto na indução à perda de peso. O uso dessas canetas, como o Lirux e o Olire, segue uma rotina de aplicação subcutânea.
A liraglutida, por exemplo, requer uso diário, o que exige disciplina do paciente. Mesmo assim, estudos clínicos demonstraram que os resultados compensam o esforço. Em média, os pacientes perderam entre 4 e 6 kg, e cerca de 10% deles atingiram reduções de até 10% do peso corporal.
Além da perda de peso, os tratamentos também apresentam melhorias em indicadores de risco cardiovascular, o que amplia ainda mais os benefícios terapêuticos. Apesar disso, ainda é necessário consumir os medicamentos com cuidado.
Liraglutida e semaglutida: qual a diferença?
Embora liraglutida e semaglutida atuem de forma semelhante no organismo, algumas diferenças importantes merecem destaque. A principal delas está na frequência de administração. Enquanto a liraglutida precisa ser aplicada diariamente, a semaglutida tem ação prolongada.
Isso permite aplicações semanais, oferecendo mais comodidade ao paciente. Essa diferença torna a semaglutida mais atrativa para muitos usuários. Outro fator relevante está nos resultados em relação à perda de peso.
Embora a liraglutida promova redução de até 10% do peso corporal, a semaglutida pode alcançar de 15% a 17%, de acordo com ensaios clínicos mais recentes. Além disso, a semaglutida apresenta efeitos mais consistentes na redução do desejo por comida, atuando de forma mais intensa.
Essas características colocam a semaglutida em posição de destaque entre os tratamentos de última geração, enquanto a liraglutida continua sendo uma alternativa eficaz, especialmente quando associada a mudanças no estilo de vida.
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Ozempic vai ficar mais barato?
Com a produção nacional prevista para 2026, a expectativa é que o preço do Ozempic e de medicamentos similares caia consideravelmente. A EMS estima uma redução entre 10% e 20% no valor das canetas produzidas localmente em comparação com as importadas.
A concorrência com marcas internacionais como a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, deve pressionar o mercado a adotar políticas de preços mais acessíveis. Isso pode beneficiar tanto os pacientes do sistema público quanto os consumidores do setor privado.
Quanto maior a disponibilidade de opções nacionais, mais democrático se torna o acesso à saúde de qualidade. Além disso, a produção brasileira reduz prazos logísticos e dependência de importações, fatores que costumam impactar diretamente o valor final do medicamento.
Com fabricação local, o governo poderá negociar preços mais competitivos para inclusão em programas públicos de saúde. Assim, o avanço não se limita à inovação farmacêutica, mas representa uma conquista estratégica em políticas de saúde pública.
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