O EAD é uma modalidade de ensino que sempre foi polêmica e, agora, o MEC está fazendo mudanças que podem fazer com que ele acabe de vez.
A Educação a Distância, conhecida como EAD, oferece a possibilidade de cursar o ensino superior de forma remota, com uso de plataformas digitais, videoaulas, materiais online e, em muitos casos, apoio presencial em polos espalhados pelo país.
Essa modalidade se popularizou por proporcionar flexibilidade de horários, redução de custos e maior alcance geográfico, especialmente para estudantes que vivem em regiões distantes ou com infraestrutura educacional limitada, o que poderia ser um auxílio.
A proposta do EAD é democratizar o acesso à educação superior, atendendo a uma ampla gama de perfis, inclusive trabalhadores, mães, pessoas com deficiência e jovens de baixa renda. Contudo, o crescimento do setor levantou preocupações sobre a qualidade da formação oferecida.

Neste artigo, você confere:
MEC vai encerrar polos de EAD
O Ministério da Educação pretende aplicar novas diretrizes no ensino à distância. De acordo com o diretor de Regulação de Educação Superior do MEC, Daniel Ximenes, a pasta vai exigir que cada polo conte com uma estrutura mínima, o que poderá levar ao encerramento de metade dos 50 mil polos.
A medida não busca encerrar polos indiscriminadamente, mas sim eliminar aqueles que não oferecem condições mínimas para o desenvolvimento acadêmico dos estudantes. Muitos desses locais funcionam sem qualquer fiscalização, sem infraestrutura adequada e até mesmo em locais improvisados.
A nova regulamentação será incluída em um decreto presidencial que já foi elaborado pelo MEC e aguarda análise da Casa Civil. O texto passou por sucessivos adiamentos, mas o governo federal pretende divulgá-lo nas próximas semanas.
Além disso, as instituições terão até dois anos para se adequar às exigências propostas. Durante esse período de transição, será possível realizar ajustes estruturais, ampliar a qualidade dos serviços oferecidos e promover um verdadeiro saneamento dos polos ineficientes.
A decisão não visa inviabilizar o setor privado, mas sim assegurar a credibilidade da EAD no Brasil. O MEC defende que a modalidade deve continuar, desde que ofereça suporte real ao estudante. Isso significa garantir acesso a laboratórios, conectividade, salas de estudo e orientação acadêmicas.
O objetivo final é garantir que o aluno, mesmo sem acesso a uma universidade física, encontre nos polos o mínimo necessário para realizar suas atividades com dignidade e segurança. Ou seja, não é o fim do EAD, mas uma tentativa de melhoria.
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Por qual razão a modalidade pode acabar?
Apesar de o MEC deixar claro que não pretende extinguir o EAD, mas sinalizou que cursos das áreas de Saúde e Engenharias, como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia, não poderão mais ser ofertados de forma totalmente online.
Essa restrição ocorre devido à natureza prática e técnica dessas graduações, que exigem estágios, laboratórios físicos e contato direto com pacientes ou estruturas reais. A ausência desses elementos no ambiente virtual compromete a formação adequada, colocando a qualidade dos cursos em cheque.
Muitos professores e entidades acadêmicas afirmam que o excesso de cursos online, sem fiscalização e com baixa exigência pedagógica, prejudica a imagem do ensino superior como um todo. Por isso, o novo marco regulatório se propõe a limitar esse tipo de prática.
O próprio MEC reconhece que o EAD é uma tendência global e que não há intenção de interromper sua evolução no Brasil. No entanto, o governo entende que é preciso frear o avanço indiscriminado da modalidade para garantir que ela cumpra seu papel social sem comprometer a formação dos estudantes.
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Excesso de polos EAD
O principal problema apontado pelo MEC refere-se ao número excessivo e à falta de padrão dos polos presenciais de EAD espalhados pelo país. A legislação anterior permitiu que instituições de ensino superior criassem esses polos sem autorização prévia e sem a necessidade de vistoria.
Em muitos casos, esses espaços não passam de salas comerciais adaptadas, sem qualquer estrutura para acolher alunos, sem internet de qualidade, sem computadores ou acompanhamento pedagógico. Isso compromete não apenas a aprendizagem, mas também a experiência acadêmica como um todo.
Com a nova regulamentação, os polos precisarão seguir padrões mínimos para continuarem em operação. O MEC exigirá que esses espaços contem com recepção, sala de informática, ambiente de tutoria e, nos casos de cursos que exigem prática, laboratórios físicos compatíveis com os conteúdos.
A proposta busca valorizar o aluno e reconhecer que, para muitos deles, o polo é o único espaço de estudo, já que enfrentam dificuldades socioeconômicas em casa. Sem esse apoio, o aluno fica desassistido e sua formação comprometida.
O diretor do MEC, Daniel Ximenes, reforça que o excesso de polos prejudica a qualidade geral da EAD no Brasil. Ele ressalta que não haverá fechamento automático, mas sim um movimento natural de readequação ao novo modelo.
Os polos que não conseguirem atender aos critérios exigidos deixarão de funcionar gradualmente, o que resultará em uma rede mais enxuta, porém mais eficiente. A iniciativa visa proteger o estudante e garantir que o investimento em educação tenha retorno concreto na formação profissional e cidadã.
Ensino à distância será extinto?
O EAD não será extinto, mas passará por um processo de reestruturação. O Ministério da Educação defende a modalidade e reconhece sua importância para democratizar o ensino superior no Brasil. Entretanto, afirma que esse crescimento precisa ocorrer com base em qualidade e responsabilidade.
As mudanças propostas visam corrigir distorções e garantir que a oferta educacional não seja apenas numerosa, mas também sólida. Dessa forma, o ensino a distância continuará a ser uma alternativa viável, especialmente para quem vive longe dos grandes centros urbanos.
O próprio MEC afirma que o EAD é uma tendência irreversível diante das transformações tecnológicas e das novas dinâmicas de ensino. Em vez de extinguir o modelo, o governo busca estabelecer um pacto pela credibilidade da modalidade.
Com isso, pretende construir um ambiente educacional mais equilibrado, onde a flexibilidade do ensino remoto se alia a estruturas adequadas, formação de qualidade e regulamentação rigorosa. A meta é consolidar o EAD como uma escolha confiável, eficiente e justa para todos os estudantes.
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