iFood: greve dos entregadores está ocorrendo; entenda os motivos e quando acaba

A greve dos entregadores do iFood está acontecendo devido à solicitação de melhores benefícios e tratamentos para os trabalhadores da plataforma.

Os entregadores de aplicativos desempenham um papel essencial na economia digital, garantindo que produtos e refeições cheguem aos consumidores com rapidez e eficiência. Plataformas como iFood, Uber Eats e 99 facilitam essa conexão, oferecendo flexibilidade aos trabalhadores, bem como regras.

Muitos entregadores trabalham longas jornadas para alcançar um rendimento satisfatório, enfrentando custos elevados com manutenção de veículos e riscos constantes no trânsito. Além disso, a ausência de direitos trabalhistas tradicionais, como seguro-desemprego e aposentadoria, torna a profissão instável.

Diante dessas dificuldades, a categoria se mobiliza periodicamente para reivindicar melhores condições, como ocorreu na recente greve nacional dos entregadores. Neste momento, os trabalhadores se esforçam para conseguir melhores condições de serviço em todo país.

A greve dos entregadores está chamando atenção a nível nacional. Confira.
A greve dos entregadores está chamando atenção a nível nacional. Confira. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiademanha.com.br

Greve dos entregadores começou

Entregadores de aplicativos em todo o Brasil iniciaram uma paralisação nacional exigindo melhorias nas condições de trabalho e reajustes nas tarifas pagas pelas plataformas. O movimento, batizado de “Breque Nacional dos Apps”, reivindica um aumento no valor mínimo por entrega, reajuste no pagamento por quilômetro rodado e limitação do raio de atuação das bicicletas.

Além disso, os manifestantes pedem que as empresas paguem integralmente os valores das corridas agrupadas, garantindo uma remuneração justa para cada pedido entregue. A greve reflete a insatisfação crescente da categoria com a redução dos ganhos ao longo dos anos, o que aumentou a jornada.

Os organizadores da greve afirmam que, para atingir uma renda mínima aceitável, os entregadores precisam trabalhar mais horas do que antes, comprometendo sua qualidade de vida e segurança. Muitos não têm tempo sequer para comer ou descansar por isso.

Eles destacaram que o poder de compra dos entregadores caiu drasticamente na última década, tornando a manutenção dos veículos mais difícil. Como consequência, muitos profissionais circulam com motos e bicicletas em condições precárias, colocando suas vidas em risco.

A mobilização acontece em diversas cidades do país e conta com a participação de grupos organizados da categoria. Apenas em Santa Catarina, por exemplo, entregadores de 15 cidades aderiram ao movimento, segundo os organizadores.

Em São Paulo, centenas de motociclistas se reuniram em pontos estratégicos, como Pacaembu e Avenida Paulista, para reivindicar suas demandas. Durante os protestos, os trabalhadores interromperam as entregas e percorreram as ruas, promovendo atos públicos para conscientizar a população.

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Em quanto tempo a greve dos entregadores vai acabar?

A paralisação dos entregadores foi anunciada como uma greve de dois dias, mas os trabalhadores não descartam novas manifestações caso as empresas não apresentem respostas satisfatórias. O movimento começou na manhã de segunda-feira, quando os entregadores desligaram os aplicativos.

Durante o primeiro dia, a categoria organizou passeatas e bloqueios simbólicos em locais de grande fluxo, com o objetivo de pressionar as plataformas a negociar. Muitos trabalhadores aproveitaram a greve para fortalecer a união da categoria e ampliar a visibilidade da causa.

Na terça-feira, segundo dia da paralisação, os manifestantes continuaram se mobilizando, destacando a urgência das reivindicações. Em São Paulo, por exemplo, um grupo de entregadores percorreu bairros como Butantã e Lapa, promovendo atos em diferentes pontos da cidade.

Durante a greve, os trabalhadores reforçaram que a taxa mínima de entrega precisa ser reajustada de R$ 6 para R$ 10, pois o valor atual não cobre os custos operacionais. Além disso, exigem mais transparência das empresas em relação aos critérios de pagamento e reajuste das tarifas.

Embora o movimento tenha sido planejado para durar apenas dois dias, os organizadores alertam que novas greves podem ocorrer caso as empresas não atendam às demandas. Caso as negociações não avancem, a categoria pode intensificar os protestos e prolongar a mobilização nos próximos meses.

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Empresas se posicionaram?

Diante da greve dos entregadores, as plataformas de delivery e transporte se manifestaram por meio de suas associações representativas. A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como iFood, Uber e 99, afirmou que suas afiliadas estão em contato com eles.

Segundo a entidade, um estudo do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) mostrou que a renda média dos entregadores cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, chegando a R$ 31,33 por hora trabalhada. Contudo, eles afirmam que as jornadas também.

O iFood, uma das principais plataformas do setor, declarou que está avaliando a possibilidade de reajustar as tarifas para 2025, mas não apresentou detalhes sobre um possível aumento na taxa mínima por entrega. Ou seja, ainda há muito o que esperar para resolver o problema.

A empresa destacou que oferece benefícios aos entregadores cadastrados, como seguro pessoal gratuito em caso de acidentes, planos de saúde, apoio jurídico e psicológico. Além disso, a plataforma ressaltou que o ganho bruto por hora trabalhada em seus serviços é quatro vezes maior do que o mínimo.

Outras empresas, como Uber e 99, afirmaram que suas respostas à greve seriam apresentadas por meio da Amobitec. A Rappi, por sua vez, declarou que seu posicionamento oficial seria divulgado pelo Movimento Inovação Digital (MID), entidade que reúne mais de 180 empresas do setor.

Em nota, o MID afirmou que acompanha as discussões sobre as condições de trabalho dos entregadores e se dispõe a contribuir para soluções equilibradas. A entidade destacou que busca garantir dignidade aos trabalhadores sem comprometer a inovação e os benefícios econômicos para os trabalhadores.

Mesmo com os posicionamentos das empresas, os entregadores consideram que as respostas foram insuficientes e que ainda há muito a ser discutido. A greve evidenciou a insatisfação da categoria com a precarização das condições de trabalho e a necessidade de mudanças estruturais no setor.

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