Alerta do clima! Tempo pode ficar “estranho” com novo fenômeno

Um instituto de meteorologia do sul do país divulgou, recentemente, a possibilidade de um aumento na intensidade do fenômeno El Niño com a chegada da primavera em setembro, potencialmente transformando o já conhecido fenômeno climático em um “Super El Niño”. Continue a leitura para entender mais detalhes sobre o que a chegada do “grande menino” pode impactar em terras brasileiras.

Um instituto de meteorologia do sul do país divulgou, recentemente, a possibilidade de um aumento na intensidade do fenômeno El Niño com a chegada da primavera em setembro, potencialmente transformando o já conhecido fenômeno climático em um
Super El Niño pode chegar ao Brasil em breve. | Foto: Reprodução / NASA

Super El Niño está a caminho

A MetSul Meteorologia recentemente divulgou uma previsão que aponta para a possibilidade de um aumento na intensidade do fenômeno El Niño com a chegada da primavera em setembro, potencialmente transformando o ‘pequeno menino’ em um “Super El Niño”.

Embora essa perspectiva ainda seja vista como pouco provável, especialistas não a descartam por completo. Continue a leitura, a seguir, para entender mais detalhes sobre o que é o fenômeno e quais os riscos para regiões brasileiras.

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Especialistas monitoram fenômeno de perto

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) confirmou a ocorrência do El Niño em junho deste ano, após observar um aquecimento acima da média nas águas do Pacífico Equatorial. No Brasil, a região Sul tem sido a mais afetada pelos efeitos desse fenômeno.

O que é o El Niño?

O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, juntamente com uma diminuição na velocidade dos ventos em sua superfície. Essas condições propiciam a evaporação e a formação de nuvens de chuva na área continental próxima ao oceano. No território brasileiro, o El Niño se traduz em um aumento das chuvas na região Sul e em parte do Sudeste, ao passo que outras áreas enfrentam um período de estiagem.

Pedro Luiz Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), destacou que sua equipe está observando chuvas intensas no Rio Grande do Sul e um verão excepcionalmente quente no Sul da Europa. Segundo o especialista, durante o inverno europeu, houve uma redução no volume de neve nos Alpes, o que também gera preocupações.

Possibilidades do Super El Niño

A possibilidade de um Super El Niño, uma versão mais intensa desse fenômeno, foi confirmada pela comunidade científica. De acordo com Côrtes, há um amplo consenso entre os especialistas sobre essa perspectiva, o que implicaria em uma maior energia sendo injetada no sistema oceano-atmosfera, resultando em eventos climáticos mais intensos.

Segundo o último boletim semanal da NOAA, a anomalia de temperatura da superfície oceânica chegou a +1,5ºC, sendo a mais alta desde maio de 2016, quando um Super El Niño ocorreu. Entretanto, para classificar o fenômeno como “super”, é necessário que a temperatura permaneça nesse nível por várias semanas, conforme informações da MetSul, que atualmente o classifica como moderado (com temperaturas de +1ºC a 1,4ºC acima da média).

Sul deve ser a vítima novamente

Quanto aos impactos no Brasil, espera-se que o Sul do país seja mais afetado a partir de setembro, com chuvas significativamente acima da média, especialmente no Rio Grande do Sul, onde enchentes e temporais podem ocorrer, juntamente com temperaturas dentro dos valores históricos médios. Por outro lado, a região Norte enfrentará condições opostas, com seca e chuvas limitadas.

No Centro-Oeste e Sudeste, é esperado que as temperaturas fiquem acima da média, além de ondas de calor. A comunidade científica e os órgãos de meteorologia continuarão monitorando de perto a evolução do El Niño e seus potenciais impactos, buscando fornecer informações precisas e oportunas à população.

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