
Cascavel – Denúncias contra padre por abuso sexual e tráfico de drogas
O padre Genivaldo Oliveira dos Santos foi denunciado por 21 crimes pelo Ministério Público do Paraná nesta sexta-feira (3). Ele está preso desde o dia 24 de agosto, após investigações que apontam seu envolvimento em casos de abuso sexual em Cascavel, no Oeste do estado.
Os crimes pelos quais o padre foi denunciado incluem:
- Oito acusações de estupro de vulnerável;
- Cinco de importunação sexual;
- Dois casos de violação sexual mediante fraude (um consumado e um tentado);
- Cinco de tráfico de drogas, envolvendo a administração, indução e venda da substância;
- Um crime relacionado à entrega de substância nociva à saúde com finalidade medicinal.
Esses crimes teriam ocorrido em várias cidades da região, incluindo Boa Vista da Aparecida, Guaraniaçu e Santa Lúcia, além de episódios registrados no Rio de Janeiro. O Ministério Público também determinou que Genivaldo pague uma indenização a cada uma das vítimas, com valores variando entre R$ 20 mil e R$ 150 mil. A prisão preventiva do padre foi solicitada por tempo indeterminado.
Além das acusações de abuso sexual, o Ministério Público informou que o padre também estaria ligado ao tráfico de drogas. Ele teria ensinado uma mãe a administrar um narcótico ao seu filho, com a suposta intenção de prevenir o vício em outras substâncias.
Genivaldo trabalhou como sacerdote por 12 anos em diversas localidades do Oeste do Paraná. Durante esse período, ele é acusado de ter abusado de pelo menos nove adolescentes, todos de famílias carentes e participantes de projetos sociais da Igreja. As investigações revelaram que ele tinha um "padrão de comportamento predatório" desde o seminário, com um registro de tentativa de violência contra outro seminarista em 2010.
A Polícia Civil também identificou irregularidades financeiras na paróquia onde Genivaldo atuou até 2024. Além disso, ele oferecia "terapias" em um consultório próprio, o que é considerado exercício ilegal da medicina.
As investigações mostram ainda que abusos cometidos por Genivaldo foram acobertados por longos anos. Durante as apurações, foi revelado que o então arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos, protegeu o padre até sua morte em 2021. A delegada responsável pela investigação afirmou que havia um vínculo próximo entre eles e que Dom Mauro também era acusado de assédio a outros seminaristas.
Essas denúncias e o caso de Genivaldo levantaram discussões sobre campanhas de proteção e acompanhamento de jovens em comunidades religiosas, além da necessidade de uma maior transparência nas investigações de abusos.