
Muita gente tomou um susto nas últimas semanas com o anúncio da parceira entre a General Motors, a dona da Chevrolet, e o grupo Hyundai-Kia. Essa união, como os próprios fabricantes afirmam, promete trazer novos compactos focados principalmente no mercado da América Latina.
Uma das grandes novidades dessa aliança são duas picapes que a Hyundai deve lançar. A primeira será de porte intermediário, algo semelhante à nossa conhecida Chevrolet Montana. A segunda picape, um modelo médio, deve ter suas raízes na S10. Além dessas, a parceria também mencionou novos hatches e SUVs compactos. No total, estima-se que essas duas montadoras cheguem a produzir cerca de 800 mil carros por ano quando estiver tudo pronto. Ou seja, veremos muitos modelos rodando por aí.
Essa movimentação não é uma novidade no mundo automotivo; trocas entre montadoras são mais comuns do que se imagina. A GM já tem história nisso. Um dos exemplos mais marcantes no Brasil foi a Autolatina, que uniu Ford e Volkswagen nos anos 80 e 90.
Falando em parcerias, tem uma que é menos lembrada, mas que merece destaque: a da GM com a Suzuki. No passado, a marca japonesa vendeu modelos da GM no Japão, enquanto alguns Suzukis eram vendidos como Chevrolet e Geo na América do Norte, visando o público jovem. Era uma estratégia bem inteligente para competir com gigantes como Toyota e seus populares RAV4 e Corolla.
Essa relação começou nos anos 80, quando a GM adquiriu uma participação de 5% na Suzuki. Com o tempo, essa participação aumentou. Afinal, em 2001, a GM detinha mais de 20% da empresa. No entanto, após a crise de 2008, a Suzuki começou a recomprar suas ações. E assim, essa parceria chegou ao fim em 2011.
Na América do Sul, um dos frutos dessa colaboração foi o Suzuki Fun, que fez sucesso na Argentina, e também o Chevrolet Tracker de primeira geração, que foi lançado em 2001. Diferente das versões mais modernas, essa primeira geração tinha um estilo bem diferente e oferecia tração 4×4.
Lançado a um preço de R$ 61.900, o Tracker oferecia um bom pacote de equipamentos para a época: ar-condicionado, direção assistida e freios ABS estavam entre os destaques. No entanto, faltava o câmbio automático, algo já comum entre os concorrentes. Essa ausência fez com que ele ficasse em desvantagem em relação ao seu rival direto, o Grand Vitara da Suzuki.
Quando se fala em design, a diferença entre o Tracker e o Vitara era bem sutil. A única real mudança estava na grade dianteira e em alguns detalhes estéticos. Para quem não reparava, isso fazia parecer que o Tracker era simplesmente um Vitara de cara nova.
Em termos de motorização, o Tracker estava equipado com um motor 2.0 turbodiesel da Mazda, que entregava apenas 87 cv. Ele não era exatamente um carro rápido, e o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h era bem lento, comparável aos modelos 1.0 da época. Com o tempo, a GM fez atualizações, trocando o motor por um da Peugeot, o que melhorou um pouco o desempenho.
A história do Tracker no Brasil foi cheia de altos e baixos. Após um tempo fora do mercado, ele voltou em 2006 com novas motorização a gasolina, mas nunca conseguiu se consolidar como uma opção popular. Infelizmente, sua trajetória terminou em 2009, e o modelo praticamente desapareceu das ruas brasileiras.
A partir de então, a parceria entre GM e Suzuki esfriou, e o primeiro Tracker foi aposentado. A Chevrolet só voltou a oferecer um SUV compacto em 2013, que era bem diferente de seus antecessores. A nova geração, baseada no Onix, chegou ao mercado em 2020 e recentemente passou por um facelift, trazendo novidades para os fãs de SUVs. Com certeza, o futuro reserva surpresas para nós, apaixonados por carros!