Radares em rodovias federais estão sem operação por falta de verba

Desde o dia 1º de agosto, uma mudança impactante afetou as rodovias federais do Brasil. Milhares de radares e controladores de velocidade foram desativados, e o motivo é bem simples: a falta de grana. O Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV) do DNIT viu sua verba prevista para 2025 despencar de R$ 364 milhões para apenas R$ 43,3 milhões. Um corte de quase 90%.

Você sabia que, com essa economia, cerca de 66 mil quilômetros de estradas ficaram sem fiscalização eletrônica? Isso mesmo, 47 mil km já estavam descobertos antes dessa desativação. Para quem viaja muito, isso pode significar menos segurança nas estradas, já que só os radares em rodovias que estão sob concessão privada continuam funcionando.

Na prática, os equipamentos ainda estão lá, mas sem funcionar. Eles não processam imagens nem geram multas. Uma situação bastante preocupante quando se pensa que essa mudança afeta quase 4 mil pontos de monitoramento em 26 estados e no Distrito Federal. O DNIT garante que isso é temporário e que está buscando alternativas, como melhor sinalização e o uso de radares móveis.

A Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans) está bem preocupada com a situação. Ela apontou que, entre 1º e 12 de agosto, o número de infrações sem multa subiu 802%, totalizando mais de 17 mil registros. Você pode imaginar o impacto disso nas estradas? O medo geral é que isso leve a um aumento nos acidentes.

Falando em acidentes, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que os acidentes causados pela velocidade excessiva custam ao Brasil cerca de R$ 12,8 bilhões por ano. E, infelizmente, a velocidade é uma das principais causas das aproximadamente 45 mil mortes por ano no trânsito.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já expressou sua preocupação. Em 2024, mais de 6 mil pessoas perderam a vida em acidentes nas rodovias federais. Para tentar mitigar essa situação, a corporação pretende intensificar o uso de equipamentos móveis e será feita uma campanha de conscientização sobre a importância de respeitar os limites de velocidade.

Por outro lado, o governo federal admite que novos recursos para reativar esses radares só poderão ser discutidos em 2026, dependendo do espaço fiscal. Até lá, o DNIT e a PRF estão se preparando para adotar medidas emergenciais, mas sem os radares fixos a fiscalização certamente ficará limitada.