
Ministra Simone Tebet defende imposto para pessoas ricas em audiência no Congresso
Na última terça-feira, 8 de outubro, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, fez declarações importantes durante uma audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, em Brasília. Em meio a discussões sobre justiça tributária, ela afirmou que se defender a taxação de pessoas com altas rendas for considerado uma posição de esquerda, então ela se identifica como tal.
Tebet comentou sobre a proposta do governo que estabelece um imposto mínimo de 10% para aqueles que pagam significativamente menos impostos, principalmente pessoas que têm rendimentos altos. Para a ministra, essa medida é essencial para garantir uma distribuição mais justa da carga tributária no país. “Estamos pedindo que aqueles que hoje pagam apenas 3% ou 4% de impostos contribuam com 10%. Se isso é ser de esquerda, então me considero de esquerda”, destacou.
A ministra também fez um alerta sobre as dificuldades financeiras que o governo enfrentará em 2026. Apesar da previsão de um superávit fiscal de R$ 34,3 bilhões, ela reconheceu que haverá grandes desafios para manter essa meta, dada a pressão das despesas obrigatórias sobre o orçamento. Entre essas despesas, destacou o aumento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é um apoio financeiro para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O valor destinado ao BPC deve crescer de R$ 119 bilhões em 2025 para R$ 165,7 bilhões em 2028.
Tebet enfatizou que o governo precisa rever as regras de concessão do BPC para evitar pagamentos indevidos, ressaltando: “Não queremos tirar o direito de ninguém, mas precisamos garantir que os benefícios sejam concedidos apenas a quem realmente tem direito a eles.”
Além disso, a dívida relacionada a precatórios, que são pagamentos decorrentes de decisões judiciais, deve atingir cerca de R$ 115 bilhões em 2026, tornando-se mais um ponto crítico nas discussões orçamentárias.
A audiência marcou o início das discussões sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026, com expectativa de que um relatório preliminar seja apresentado até o final de julho. As declarações de Tebet refletem a preocupação do governo em buscar uma maior justiça fiscal, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios impostos pela necessidade de equilibrar o orçamento público.