Brics se manifestam sobre declaração de Trump sobre tarifa de 10%

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar no domingo que países que apoiassem as “políticas antiamericanas” do Brics seriam sujeitos a uma tarifa adicional de 10%, as nações do bloco reagiram nesta segunda-feira em defesa de sua posição. Trump fez a afirmação em uma postagem na rede Truth Social, advertindo que não haveria exceções para essa política.

O Brics, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China, teve sua primeira cúpula em 2009. Com o tempo, a África do Sul se juntou e, em 2022, o grupo incorporou novos membros, incluindo Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos.

O Kremlin se manifestou sobre as declarações de Trump, afirmando que o grupo Brics não busca prejudicar outros países. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que o Brics é um conjunto de nações que compartilham interesses e visões comuns, ressaltando que sua cooperação não é dirigida contra ninguém.

A China também respondeu, com seu Ministério das Relações Exteriores se opondo ao uso de tarifas como uma forma de pressão. O porta-voz Mao Ning enfatizou que essa prática não beneficia ninguém.

A África do Sul, por sua vez, reafirmou que não é antiamericana e está interessada em avançar nas negociações para um acordo comercial com os Estados Unidos. Um porta-voz do Ministério do Comércio do país mencionou que aguarda uma comunicação formal dos EUA sobre o acordo, que vem sendo discutido desde maio, quando o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, se reuniu com Trump na Casa Branca.

Por fim, a Malásia declarou que mantém uma política externa independente e prioriza o comércio sobre questões ideológicas. O país foi aceito como parceiro do Brics no ano passado, embora não seja um membro efetivo do grupo.

Com essas reações, as nações do Brics destacam sua posição de autonomia e colaboração, apesar das pressões externas.