
Você já parou para pensar por que o preço do tomate, um alimento básico, pode ser tão alto no supermercado? Essa pergunta é comum entre os consumidores. O valor que você encontra na prateleira é fruto de uma complexa cadeia de produção e distribuição, onde cada etapa agrega custos ao produto.
Para entender melhor essa situação, vamos acompanhar a trajetória do tomate desde a fazenda até a sua mesa. Ao desvendar os custos ocultos, você poderá fazer escolhas mais informadas ao comprar alimentos.
Os custos iniciais na fazenda
A jornada do tomate começa na fazenda, onde o produtor rural investe bastante para cultivá-lo. Os custos iniciais incluem a compra de sementes de qualidade, fertilizantes, agrotóxicos, irrigação e a mão de obra necessária para plantar e cuidar da lavoura. Além desses gastos, o agricultor enfrenta riscos naturais, como clima adverso e pragas, que podem comprometer a colheita. Após meses de trabalho, o produtor consegue vender o quilo do tomate por cerca de R$ 2,50. Este é o preço da produção no campo.
O transporte do tomate
Depois de colhido, o tomate precisa ser transportado. Ele é embalado e colocado em caminhões para seguir até as centrais de distribuição. O transporte traz novos custos, como gasolina, pedágios, manutenção do veículo e salários dos motoristas. No Brasil, onde o transporte de carga é feito principalmente por rodovias, a logística faz parte significativa do preço final. Durante o trajeto, alguns tomates se perdem devido a amassamentos e estragos. Assim que chega a uma central de distribuição, o custo do quilo já sobe para cerca de R$ 4,00.
A central de distribuição
Os tomates costumam chegar a grandes centrais de abastecimento, como as que existem em São Paulo e em outras capitais. Essas centrais funcionam como intermediárias, comprando o tomate do transportador e vendendo para supermercados e outros comerciantes. O atacadista adiciona seus custos, como taxas de uso do entreposto, manuseio e armazenamento. Quando o gerente de hortifrúti compra o tomate, o preço já pode estar em torno de R$ 5,00 por quilo.
Os custos no supermercado
Por fim, chegamos à última parte da cadeia: o supermercado. Aqui, há uma série de custos que impactam o preço final. Isso inclui:
- Estrutura: aluguel do espaço, consumo de energia para refrigeração e água, além da segurança.
- Funcionários: salários de repositores, caixas, limpeza, gerentes, entre outros.
- Impostos: tributos que incidem sobre as vendas, como ICMS.
- Marketing: gastos com publicidade e promoções.
- Quebras: uma parte dos tomates pode estragar nas prateleiras, e esses custos são repassados aos produtos vendidos.
- Lucro: margem de lucro da rede de supermercados.
Considerando todos esses fatores, o preço do quilo do tomate pode chegar a R$ 10,00.
Como é dividido o custo final
Analisando a jornada do tomate, a divisão do que você paga pode ser resumida assim:
- Produtor Rural: R$ 2,50 (25%)
- Transporte e Logística: R$ 1,50 (15%)
- Atacadista: R$ 1,00 (10%)
- Impostos: R$ 1,50 (15%)
- Supermercado: R$ 3,50 (35%)
É interessante notar que o agricultor, que enfrenta os maiores riscos, recebe apenas um quarto do valor que você paga.
Fazendo escolhas mais inteligentes
Compreender essa cadeia de produção é essencial para que você faça escolhas mais conscientes. Aqui estão algumas dicas:
- Prefira feiras livres: Comprar em feiras pode eliminar intermediários, oferecendo produtos mais frescos e baratos.
- Apoie produtores locais: Procure grupos de compras ou fazendas que vendem diretamente ao consumidor.
- Compre produtos da estação: Alimentos da safra costumam ser mais acessíveis, pois a oferta é maior.
Tomando essas decisões, você pode não só economizar, mas também garantir alimentos de melhor qualidade e contribuir para uma cadeia mais justa e sustentável.