TDAH: o que é, quais os sintomas, como tratar e MAIS

O TDAH, nos últimos anos, ganhou muita visibilidade na internet. Contudo, poucas pessoas entendem do que ele realmente se trata.

O TDAH, sigla para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, representa uma condição neurobiológica que afeta diretamente a capacidade de concentração, controle de impulsos e regulação do comportamento.

Apesar de sua manifestação ser mais evidente durante a infância, muitos casos seguem ativos na vida adulta, influenciando o desempenho acadêmico, profissional e até mesmo os relacionamentos pessoais. O transtorno apresenta variações em sua intensidade e nos sintomas predominantes.

Por isso, compreender o TDAH de maneira ampla e embasada torna-se essencial para promover qualidade de vida às pessoas que convivem com a condição. Além disso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam impactos negativos no desenvolvimento social e emocional.

Afinal, quais os sintomas do TDAH?

Os sintomas do TDAH costumam se manifestar de forma recorrente e afetam diretamente o desempenho nas atividades do dia a dia. Embora variem de uma pessoa para outra, eles seguem um padrão que envolve desatenção, impulsividade e hiperatividade.

Reconhecer esses sinais facilita a busca por ajuda especializada e permite a adoção de estratégias que minimizam os impactos do transtorno. A seguir, confira cinco sintomas mais comuns e os motivos que os tornam tão relevantes para o diagnóstico clínico.

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Desatenção constante

Um dos principais indicativos do TDAH é a dificuldade persistente em manter o foco, mesmo em tarefas simples ou que exigem pouco tempo de dedicação. A mente da pessoa frequentemente se dispersa com estímulos externos ou pensamentos aleatórios, o que prejudica a concentração.

Esse sintoma interfere no aprendizado, na execução de atividades domésticas e no desempenho no ambiente de trabalho. A desatenção contínua compromete a organização, levando a esquecimentos frequentes e à perda de prazos importantes, o que afeta diretamente a produtividade.

Impulsividade

A impulsividade manifesta-se por meio de ações precipitadas, tomadas sem reflexão ou avaliação de consequências. Indivíduos com TDAH costumam interromper conversas, responder antes da hora ou agir de forma impulsiva em contextos sociais e profissionais.

Essa característica pode gerar conflitos com colegas, familiares e autoridades, já que a pessoa demonstra impaciência e dificuldade para esperar sua vez. Esse comportamento está relacionado à baixa autorregulação emocional e, se não tratado, pode comprometer a convivência e o autocontrole.

Hiperatividade

A hiperatividade aparece em diferentes níveis, sendo mais visível em crianças, mas também presente em adultos. Ela se expressa por meio de inquietação física, necessidade constante de se mover ou dificuldade para permanecer sentado por muito tempo.

Pessoas hiperativas geralmente falam em excesso, mudam de assunto rapidamente ou sentem necessidade de estar sempre ocupadas. Esse sintoma causa desgaste físico e mental, além de atrapalhar ambientes que exigem silêncio ou concentração, como salas de aula e reuniões corporativas.

Dificuldade de organização

A desorganização é um traço recorrente no TDAH, refletido na forma como a pessoa administra tempo, tarefas e objetos pessoais. Muitas vezes, ela começa várias atividades ao mesmo tempo, mas não consegue concluir nenhuma, o que gera frustração e acúmulo de pendências.

Além disso, esquece compromissos, perde objetos importantes ou não consegue seguir uma rotina consistente. Essa característica está ligada à dificuldade em estabelecer prioridades e manter disciplina, afetando diretamente o rendimento em diversas áreas da vida.

Oscilações emocionais

Pessoas com TDAH costumam apresentar variações de humor intensas e rápidas, respondendo com excesso a estímulos negativos ou frustrações. A sensibilidade emocional elevada gera reações desproporcionais, como irritação, choro ou euforia sem motivo claro.

Essas oscilações dificultam o convívio social e exigem estratégias de regulação emocional. A falta de estabilidade emocional interfere nos relacionamentos interpessoais e contribui para o aumento do estresse e da ansiedade.

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Como descobrir o TDAH?

O diagnóstico do TDAH exige avaliação clínica criteriosa, baseada na observação do comportamento e na análise do histórico do paciente. Não existe um exame laboratorial ou de imagem que confirme isoladamente a presença do transtorno.

O processo inclui entrevistas com o paciente e familiares, além da aplicação de questionários padronizados por profissionais especializados, como psiquiatras e neuropsicólogos. A análise leva em conta a persistência dos sintomas, sua intensidade e o impacto na vida diária.

Avaliações complementares, como testes de atenção, memória e funções executivas, ajudam a confirmar a suspeita e a descartar outras condições com sintomas semelhantes. Também é comum a realização de exames neurológicos e laboratoriais para eliminar a possibilidade de doenças que imitem o quadro.

Essa etapa do diagnóstico é fundamental, pois o tratamento deve ser personalizado e ajustado à realidade do paciente. Em crianças, o envolvimento da escola no processo diagnóstico pode ser útil, já que professores observam comportamentos em ambientes sociais diferentes do convívio familiar.

Como funciona o tratamento do TDAH?

O tratamento do TDAH combina diferentes abordagens, de acordo com o perfil e a faixa etária do paciente. A principal ferramenta terapêutica costuma ser a intervenção medicamentosa, com o uso de estimulantes que atuam na regulação dos neurotransmissores responsáveis pela atenção.

Medicamentos como metilfenidato e lisdexanfetamina são os mais prescritos, com acompanhamento constante do médico. A escolha da dosagem e do tipo de medicação depende da resposta individual e das necessidades específicas de cada caso.

Além dos medicamentos, a psicoterapia desempenha papel essencial no tratamento. As terapias comportamentais ajudam o paciente a desenvolver habilidades de organização, planejamento e controle emocional.

Técnicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) mostram-se eficazes na redução de sintomas e na melhoria da autoestima. A combinação de medicamentos com sessões terapêuticas oferece resultados mais duradouros e equilibrados, sobretudo em adultos.

Por fim, orientações educacionais, apoio familiar e adaptações no ambiente de estudo ou trabalho complementam o processo terapêutico. Estruturar a rotina, dividir tarefas em etapas menores e usar lembretes visuais ajudam a lidar com a desatenção.

A participação ativa dos pais, professores ou supervisores também é essencial para reforçar os avanços e construir uma rede de apoio. O tratamento contínuo e multidisciplinar permite ao indivíduo com TDAH conquistar autonomia e alcançar maior qualidade de vida.

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