
Um novo medicamento que chegou para concorrer com o Ozempic promete emagrecimento sem a necessidade de parar de comer.
Nos últimos anos, o uso de medicamentos voltados ao emagrecimento ganhou destaque, impulsionado principalmente pela popularidade de canetas emagrecedoras como Ozempic e Wegovy. Esses fármacos, originalmente indicados para tratar diabetes tipo 2, passaram a ser prescritos em outras situações.
Eles também para controle de peso, com promessas de resultados rápidos e eficazes. A combinação de marketing agressivo, celebridades utilizando os produtos e a crescente preocupação com obesidade levou muitas pessoas a aderirem a esse tipo de intervenção.
Contudo, apesar do sucesso inicial, surgiram questionamentos sobre os efeitos colaterais e a segurança a longo prazo dessas medicações. Diante disso, cientistas têm buscado alternativas que promovam o emagrecimento sem comprometer o equilíbrio metabólico ou interferir diretamente no apetite.
Neste artigo, você confere:
Como as canetas emagrecedoras funcionam no emagrecimento?
As canetas emagrecedoras atuam principalmente por meio de substâncias que imitam hormônios responsáveis por regular o apetite e a saciedade. No caso do Ozempic e do Wegovy, o princípio ativo é o semaglutida, um agonista do receptor GLP-1, que estimula a liberação de insulina e reduz a de glucagon.
Isso gera não apenas o controle da glicemia, como também retarda o esvaziamento gástrico e diminui o apetite, levando à ingestão de menores quantidades de alimentos. Com isso, o emagrecimento ocorre de forma gradual, mas consistente, enquanto o corpo se adapta à nova rotina alimentar.
Além da ação direta sobre o sistema digestivo, esses medicamentos impactam também o sistema nervoso central, onde atuam em áreas específicas do cérebro relacionadas à fome. Ao reduzir os sinais de necessidade de ingestão de comida, eles facilitam o controle sobre os impulsos alimentares.
Isso é o que costuma representar um dos maiores desafios para quem busca perder peso. Contudo, esse tipo de intervenção nem sempre é bem tolerado por todos os pacientes, já que os efeitos colaterais podem incluir náuseas, vômitos, diarreia, constipação e dor abdominal.
Além disso, o uso prolongado dessas canetas exige acompanhamento médico constante, já que interferem em funções hormonais e metabólicas importantes. Outro ponto de atenção envolve a interrupção do tratamento.
Ela costuma resultar em recuperação do peso perdido, especialmente se não houver mudanças sustentáveis nos hábitos alimentares e estilo de vida. Diante dessas limitações, pesquisadores têm investido em soluções que não atuem diretamente no cérebro ou no estômago.
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Novo medicamento promete não acabar com a fome
Ao contrário das canetas emagrecedoras tradicionais, um novo medicamento experimental está sendo testado com foco exclusivo no tecido adiposo, sem interferir no apetite ou nos sinais cerebrais. Chamado de SANA, esse fármaco é um derivado do salicilato.
Trata-se de uma substância com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas conhecida por estar presente em medicamentos como a aspirina. Os cientistas observaram que essa nova fórmula estimula o organismo a gastar energia de forma ativa.
Ela atua transformando calorias em calor por meio do processo de termogênese. Isso acontece sem bloquear o apetite nem afetar o sistema nervoso, o que representa uma vantagem em relação aos medicamentos já disponíveis.
Durante testes realizados com camundongos, o SANA demonstrou uma redução significativa da gordura corporal, mesmo diante de dietas altamente calóricas. Os animais tratados com o composto apresentaram perda de até 20% da massa corporal, além de melhora na sensibilidade à insulina.
Outro resultado promissor foi a redução da gordura no fígado, uma condição conhecida como esteatose hepática, que ainda carece de tratamentos farmacológicos eficazes. Tais achados indicam que o medicamento pode atuar de maneira abrangente na saúde metabólica.
O diferencial do SANA está justamente na ausência de atuação sobre o centro da fome, o que elimina os efeitos colaterais mais comuns observados nas terapias baseadas em GLP-1. A ausência de sintomas como náuseas e perda de apetite pode torná-lo uma opção mais tolerável e segura.
Isso especialmente para pacientes que não se adaptam bem aos tratamentos convencionais. Caso os testes em humanos confirmem os resultados promissores dos estudos pré-clínicos, esse novo medicamento poderá representar uma verdadeira revolução na abordagem da obesidade.
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Como esse novo medicamento atua?
O SANA age diretamente no tecido adiposo, ativando enzimas que participam do chamado ciclo fútil da creatina, um processo celular que consome energia para gerar calor. Nesse mecanismo, a creatina se converte repetidamente em fosfocreatina, usando moléculas de ATP e dissipando energia térmica.
Essa via de ação não interfere em outros sistemas do corpo e se concentra unicamente na queima calórica, promovendo emagrecimento por meio do aumento do gasto energético. Com isso, o corpo passa a queimar gordura mesmo em repouso, sem precisar de alterações extremas na dieta.
Ao estimular esse ciclo energético, o SANA impede o acúmulo de gordura, mesmo quando o organismo recebe uma carga calórica elevada. Esse efeito é particularmente importante para pessoas com obesidade severa, que enfrentam dificuldades metabólicas para perder peso com dietas tradicionais.
A atuação do medicamento ocorre de forma contínua e fisiológica, o que significa que ele se integra naturalmente aos processos bioquímicos do corpo, sem causar sobrecarga ou desequilíbrio. Por esse motivo, os pesquisadores enxergam nele um potencial elevado para uso a longo prazo.
Outro aspecto relevante está na ausência de impacto sobre o sistema digestivo. Como o fármaco não interfere na digestão nem altera a absorção de nutrientes, ele não provoca desconforto gastrointestinal nem impõe limitações alimentares.
Isso representa uma vantagem prática e psicológica para os pacientes, que podem manter uma alimentação equilibrada sem medo de efeitos adversos comuns nas canetas emagrecedoras. Dessa forma, o SANA se posiciona como uma alternativa inovadora que alia eficácia.
Solução é segura?
Até o momento, os estudos realizados com o SANA demonstraram um excelente perfil de segurança nos testes com animais. Não foram observados efeitos colaterais relevantes, mesmo com doses repetidas, o que reforça a viabilidade do composto para uso clínico.
A substância mostrou-se capaz de atuar apenas onde deveria, sem alterar funções neurológicas ou digestivas, o que reduz consideravelmente os riscos de efeitos adversos sistêmicos. Esse ponto se destaca frente às terapias atuais, que frequentemente geram queixas relacionadas ao mal-estar físico e mental.
Os pesquisadores também destacaram que o SANA, por ser derivado do salicilato, possui uma base química já conhecida e estudada, o que acelera o processo de aprovação e regulamentação. Essa familiaridade com a molécula original favorece a confiança na segurança do novo medicamento.
Mesmo assim, os testes clínicos em humanos ainda precisam ser realizados para confirmar sua eficácia e segurança em larga escala. A previsão é que novas etapas de pesquisa comecem em breve, com voluntários submetidos a protocolos rigorosos de acompanhamento.
Por fim, o SANA representa um passo promissor na evolução dos tratamentos contra a obesidade, pois oferece uma abordagem inovadora, focada exclusivamente no tecido adiposo e com mínimos efeitos colaterais.
Caso os próximos estudos confirmem os resultados iniciais, o medicamento poderá preencher uma lacuna no mercado, oferecendo uma solução eficiente, bem tolerada e segura para milhares de pessoas que não respondem bem às opções atuais.
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