
Entre os dias 28 e 30 de novembro, uma série de feminicídios e casos de violência contra a mulher despertaram a atenção da sociedade, evidenciando os alarmantes índices de agressão e assassinato de mulheres por seus parceiros ou ex-parceiros. Para chamar a atenção para essa grave situação, diversas organizações de mulheres estão convocando uma mobilização nacional, intitulada “Mulheres Vivas”, que ocorrerá neste domingo (7). No Recife, o protesto se concentrará às 14 horas em frente à escola Ginásio Pernambucano, localizada na Rua da Aurora, nº 703, no bairro de Santo Amaro.
O Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMPE) publicou em suas redes sociais que esses incidentes refletem a realidade do país, onde meninas, mulheres e pessoas trans, na sua maioria negras e de baixa renda, são as principais vítimas da violência. A mobilização convida tanto mulheres quanto homens a se unirem nessa luta, trazendo cartazes e faixas para reforçar a necessidade de ações contra a violência de gênero, que afeta mulheres e crianças.
Os dados sobre violência contra a mulher são alarmantes. Entre janeiro e junho de 2025, o país registrou uma média de quatro feminicídios por dia, além de 187 estupros e 405 denúncias de violência contra a mulher. Um exemplo recente ocorreu no dia 28 de novembro, no Rio de Janeiro, onde João Antônio, funcionário de uma escola técnica federal, atacou a tiros duas mulheres em cargos de direção na instituição antes de cometer suicídio. No mesmo dia, em São Paulo, o influenciador digital Thiago Schutz, conhecido como Calvo do Campari, foi preso por violência doméstica contra a namorada.
No dia seguinte, 29 de novembro, em São Paulo, Douglas Alves da Silva atropelou intencionalmente sua ex-namorada, arrastando-a por cerca de um quilômetro e causando mutilações. Em Recife, na ocupação sem-teto no bairro da Caxangá, um homem, ao não aceitar a separação, incendiou o barraco onde estavam sua ex-mulher e quatro crianças, resultando na morte de todos eles. No dia 30, em Florianópolis, uma mulher foi esfaqueada pelo marido durante uma discussão, mas conseguiu ser salva pelo filho de cinco anos.
De acordo com o Ministério da Mulher, entre janeiro e julho de 2025, foram registradas mais de 86 mil denúncias de violência de gênero, o que corresponde a 16,9 queixas por hora ou 405 por dia. Vale ressaltar que esses números são ainda mais alarmantes, já que muitos casos não são denunciados. O Mapa Nacional da Violência de Gênero revelou 718 mortes resultantes de violência entre janeiro e junho deste ano, o que equivale a uma média de quatro feminicídios por dia. Além disso, foram contabilizados 34 mil casos de estupro apenas no primeiro semestre de 2025, representando uma média de 187 ocorrências por dia, ou oito casos por hora.

