
Neste fim de semana, dias 6 e 7 de outubro, o famoso navio do Greenpeace, o Rainbow Warrior, estará aberto à visitação gratuita em Recife. A embarcação está ancorada no terminal marítimo Nelcy da Silva Campos, conhecido como o Novo Porto do Recife, localizado em frente à praça do Pilar, no Recife Antigo. O navio chegou à cidade na última terça-feira, dia 2, após um mês de atividades na costa do Pará, onde participou de eventos relacionados à Conferência da ONU sobre o clima, a COP-30.
As visitas ocorrem entre 9h e 16h, permitindo que os visitantes conheçam o interior do navio e compreendam sua missão nas campanhas ambientais globais. Os interessados também poderão conversar com os membros da tripulação. O terminal onde o navio está ancorado fica na Avenida Alfredo Lisboa, próximo ao famoso leão de barro do Mestre Nuca, a apenas 800 metros da praça do Marco Zero.
O Rainbow Warrior é conhecido mundialmente por suas ações pacíficas de protesto contra a exploração predatória dos oceanos, como a caça de baleias e focas, além de se opor à exploração de petróleo em áreas vulneráveis. A embarcação também traz à tona a memória de um dos maiores desastres ambientais do Brasil: o vazamento de óleo de 2019, que espalhou cerca de 5 mil toneladas de petróleo por mais de 3 mil quilômetros de litoral, prejudicando manguezais e comunidades de pesca, especialmente no Nordeste. Mariana Andrade, coordenadora de Oceanos do Greenpeace no país, ressalta que esse desastre afetou mais de 300 mil pessoas e alerta para os riscos que outras regiões costeiras, como a Foz do Amazonas, também podem enfrentar.
A visita do Rainbow Warrior a Recife é parte da campanha "do morro ao mar, justiça climática para quem resiste". Esta iniciativa visa discutir como as mudanças climáticas atingem comunidades ribeirinhas e periféricas. Leilane Reis, coordenadora do Greenpeace para a questão da justiça climática, enfatiza que as decisões sobre o clima devem ser baseadas nas realidades vividas por esses grupos. Ouvir suas demandas é essencial para entender e enfrentar as desigualdades ambientais.
Desde sua primeira viagem em 1978, o Greenpeace utiliza o Rainbow Warrior para promover a proteção dos oceanos e para realizar campanhas contra práticas nocivas ao meio ambiente, como a caça às baleias e a realização de testes nucleares no mar. O navio original foi atacado em 1985 por agentes da inteligência francesa, resultando na morte de um fotógrafo do Greenpeace. Em 2011, um novo Rainbow Warrior foi lançado, projetado especialmente para atender às necessidades da organização. Este é o navio que atualmente está em Recife.
Com atuação desde 1971, o Greenpeace é uma organização ambientalista sem fins lucrativos que luta pelo respeito aos biomas planetários e realiza campanhas pacíficas contra governos e empresas que ameaçam ecossistemas, principalmente florestas e áreas litorâneas. No Brasil, a organização estabeleceu um escritório em 1992 para coordenar suas atividades no país.

