ChatGPT está mudando o jeito que a gente conversa e escreve na internet

Linguistas notam que o uso da inteligência artificial está padronizando a linguagem e tornando os textos mais formais e menos naturais.

A ascensão do ChatGPT e de outras ferramentas de inteligência artificial (IA) está transformando a forma como interagimos online. Essas IAs se tornaram assistentes poderosos, seja para escrever um e-mail, criar um post ou até mesmo redigir um trabalho escolar.

No entanto, essa ajuda constante está gerando uma mudança sutil, mas perceptível, na nossa linguagem cotidiana. Especialistas em linguística e comunicação estão notando uma padronização no jeito que as pessoas se expressam.

O problema é que os textos gerados pela IA tendem a ser muito formais, polidos e, por vezes, carentes daquela naturalidade ou “pegada” humana. O resultado é um estilo de escrita que soa artificial.

A influência do ChatGPT já é vista em vários ambientes, desde mensagens de trabalho até descrições em redes sociais. A rapidez e a qualidade técnica do texto seduzem, mas a autenticidade se perde.

É um fenômeno que merece atenção, pois a forma como falamos e escrevemos define nossa cultura e nossa identidade.

O efeito da “língua de IA” no vocabulário

Um dos primeiros impactos notados é a popularização de um vocabulário específico. A IA usa palavras e expressões que soam inteligentes e formais, mas que não são comuns no dia a dia.

Termos como “advento”, “paradigma” ou “eclético”, por exemplo, podem aparecer com mais frequência em textos escritos com ajuda de softwares de IA. A intenção é soar mais sofisticado e técnico.

Essa linguagem formal é uma característica da forma como os modelos de IA foram treinados, geralmente usando grandes volumes de textos acadêmicos ou corporativos. Eles replicam esse tom elevado.

O perigo é que, ao usar a IA como muleta, as pessoas percam o contato com o jeito próprio e natural de se comunicar. A diversidade linguística acaba sendo sacrificada em nome de uma eficiência padronizada.

Muitos textos online começam a parecer escritos pelo mesmo autor, perdendo a voz única que cada pessoa tem.

Como a IA muda o tom da conversa

Além do vocabulário, o tom da comunicação também está sendo alterado. O ChatGPT, por padrão, tende a ser neutro, objetivo e direto — características que raramente encontramos em uma conversa humana.

O resultado é um aumento na quantidade de textos que parecem impessoais ou robóticos. Aquelas pequenas nuances, o humor sutil ou a empatia natural são filtrados no processo.

Pense nas respostas de e-mails ou mensagens: elas se tornam tecnicamente corretas, mas frias. Isso pode, inclusive, dificultar as relações de trabalho ou as interações pessoais.

A falta de variação no tom pode levar à chamada “fadiga da IA”, onde o leitor se cansa de consumir conteúdo que soa sempre igual e sem alma.

Informações inacreditáveis como estas, você encontra somente aqui sobre a revolução silenciosa que a tecnologia está fazendo na linguagem. É um lembrete de que a comunicação eficaz não é apenas sobre a gramática, mas também sobre a conexão humana.

A padronização da criatividade

A influência do ChatGPT não se limita a textos formais. Até mesmo a criatividade em posts e legendas de redes sociais está sendo afetada pela padronização.

Quando muitas pessoas usam o mesmo tipo de prompt (comando) para criar conteúdo, o resultado é uma série de textos que seguem a mesma estrutura e o mesmo fluxo. A originalidade acaba sendo diluída.

Isso é especialmente notado em resumos, introduções ou explicações sobre temas complexos. A IA entrega a resposta correta, mas com um formato previsível.

O desafio, daqui para frente, será usar a IA como uma ferramenta de apoio, e não como a única fonte de escrita. É preciso revisar e reumanizar o texto gerado.

O ideal é que o usuário sempre dê o toque final, inserindo sua própria personalidade, seus exemplos cotidianos e sua forma de expressão para que o texto soe real.