
Clã Razuk é Alvo de Investigações por Jogo Ilegal e Tráfico de Influência
A família Razuk, que controla o jogo do bicho em várias cidades no sul do país, é alvo de investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado). A investigação, chamada "Operação Successione", busca desmantelar atividades ilegais do grupo, que, segundo os promotores, modernizou suas operações, levando o jogo do bicho para plataformas digitais, enquanto mantinha métodos violentos e influências para garantir o controle do mercado.
Modernização e Violência
O clã, liderado por Roberto Razuk, de 84 anos, inclui seus filhos, Jorge e Neno. Jorge foi identificado como o responsável pela digitalização do jogo do bicho, desenvolvendo uma plataforma que teve como base o site "365 Loterias". Apesar dessa modernização, métodos tradicionais de cobrança, que incluem ameaças e violência, ainda estão em uso. A investigação revelou que a família utilizava essas táticas para cobrar dívidas relacionadas aos jogos.
Interceptações telefônicas mostraram que Jorge Razuk Neto e outros membros do grupo discutiam estratégias para expandir seus negócios ilegais, inclusive planejando concursos para a Lotesul, uma loteria oficial que seria reativada no estado. Os promotores afirmam que a família buscou manipular licitações para garantir seu lucro anual estimado em R$ 51 milhões.
Conflitos com Organizações Criminosas
A disputa pelo controle do jogo do bicho na região ganhou atenção após a prisão de figuras proeminentes, como Jamil Name e seu filho, em 2019. Desde então, os Razuk tentaram se estabelecer como os principais operadores do jogo em Campo Grande. Recentemente, a investigação revelou que o grupo promovia atividades violentas para consolidar seu domínio, resultando em roubos e ameaças a concorrentes.
Em um trecho das comunicações interceptadas, um dos membros do grupo mencionou necessidade de "dar uma prensa" em alguém que não havia pago dívidas, evidenciando a continuidade de práticas coercitivas.
Tráfico de Influência e Licitações
Os Razuk também se envolveram em tentativas de controlar a concessão da Lotesul, com diálogos que indicam manipulação de processos licitatórios. Sérgio Donizete Balthazar, que atuava como representante do clã, foi destacado como alguém que usou seu prestígio para atrasar o processo licitatório em favor da família.
Os promotores destacaram visitas de Neno ao Tribunal de Contas acompanhado por seu pai, levantando suspeitas sobre a verdadeira natureza de suas intenções na gestão da loteria. A investigação sugere que a empresa "Criativa Technology", de Balthazar, foi usada como um "laranja" no esquema.
Ações da Justiça
Na quarta fase da Operação Successione, 17 pessoas, incluindo membros da família Razuk, tiveram suas prisões decretadas. A operação foi realizada em diversas cidades e estados, indicando a extensão da organização criminosa. As investigações anteriores revelaram que o grupo estava armado e envolvido em atividades violentas, além da exploração de jogos ilegais.
A defesa dos Razuk negou as acusações, afirmando que não houve formalização das informações sobre novas etapas da investigação. Eles sustentaram que todos os pontos citados serão esclarecidos quando a justiça for devidamente notificada, reiterando que respeitam o sistema judiciário e negando qualquer envolvimento em atividades criminosas.
As investigações seguem em andamento, com a expectativa de que novos desdobramentos aconteçam nos próximos dias.

