
Nesta terça-feira, 23 de outubro, o presidente Lula anunciou um investimento de US$ 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Essa iniciativa visa financiar a preservação de florestas tropicais em vários países.
Durante um evento em Nova York, Lula destacou que o Brasil será o primeiro país a investir no fundo, convidando outras nações e parceiros a fazerem contribuições significativas para que o TFFF comece a operar. Ele ressaltou a importância das florestas tropicais na regulação do clima e na manutenção da vida no planeta.
O TFFF foi apresentado pelo Brasil na COP28, conferência que ocorreu em Dubai, e será oficialmente lançado na COP30, que acontecerá em Belém, no Pará. O objetivo é arrecadar US$ 125 bilhões em investimentos públicos e privados de todo o mundo. Com isso, mais de 70 países em desenvolvimento que possuem florestas tropicais poderão acessar esses recursos. Lula enfatizou que a proteção desse bioma é essencial para a sobrevivência do planeta.
No entanto, especialistas alertam que essa iniciativa pode não ter o resultado desejado se o Brasil continuar a executar projetos que impactam negativamente a floresta. O biólogo Lucas Ferrante, da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Amazonas, mencionou que é crucial para o Governo Federal reexaminar grandes empreendimentos na Amazônia, incluindo exploração de petróleo e gás, além de projetos de diversas rodovias, como a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho.
Estudos indicam que o desmatamento na área da BR-319 aumentou em 85,2% entre setembro e dezembro de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do Instituto do Homem e Ambiente. Apesar dos alertas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) começou o asfaltamento de um trecho da rodovia, o que gera preocupações sobre o impacto ambiental.
André Guimarães, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, comenta que o Brasil reafirma sua liderança na luta contra as mudanças climáticas com esse investimento, que busca garantir qualidade de vida, justiça social e segurança alimentar. A ONG The Nature Conservancy também começou a comemorar o anúncio e acredita que o compromisso pode ser um marco importante na conferência de Belém.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apoiou as declarações e afirmou que o TFFF representa uma mudança significativa, permitindo que o país busque novas fontes de financiamento para a preservação ambiental. Ela frisou que é fundamental usar os recursos gerados pela exploração da natureza para protegê-la.