
Após o Governo Federal decidir sobre os pedidos da BYD para mais incentivos na importação de veículos eletrificados, a expectativa era de um clima mais tranquilo no setor automotivo. O Gecex, grupo que faz parte da Camex, decidiu não atender a esses pedidos e, ainda por cima, antecipou a cobrança da alíquota máxima de 35% sobre veículos importados em regime SKD ou CKD de julho de 2028 para janeiro de 2027. Isso é uma vitória para a Anfavea, a associação das montadoras no Brasil.
A resposta da BYD foi uma isenção de impostos para importar esses carros por seis meses, com um limite de US$ 463 milhões. Como resultado, a Anfavea agradeceu, fazendo um vídeo que circulou nas redes sociais, destacando que todas as montadoras que fazem parte da associação são, na verdade, estrangeiras que estão no Brasil há mais tempo.
No vídeo, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, expressou um agradecimento, mas a mensagem soou um pouco ambígua. Ele disse que “o prazo de seis meses para a redução das tarifas de importação é o máximo aceitável sem colocar em risco os investimentos da cadeia automotiva nacional”. Isso soa como um alerta, não é mesmo? Com os R$ 180 bilhões já prometidos pelas montadoras para a produção local e fornecedores, não é difícil imaginar por que essa mensagem teve um tom mais sério.
Se você é apaixonado por carros, sabe o quanto esses investimentos são importantes para a indústria nacional. A carta enviada ao presidente Lula, assinada por grandes nomes da indústria como os da VW, Toyota e Stellantis, alerta que aprovar uma redução para a BYD poderia prejudicar todo o setor nacional.
Se a intenção de Calvet não era soar como uma ameaça, a forma como ele se expressou pode deixar algumas dúvidas no ar. A Anfavea espera que esse assunto não volte à tona e os parceiros do setor permaneçam com a confiança necessária para seguir investindo no Brasil. No final do vídeo, o agradecimento mais claro veio do próprio Calvet: “Ao Governo Federal, aos ministérios envolvidos, um agradecimento pela responsabilidade e previsibilidade que nos deram”. Uma certeza, em meio a tantas mudanças, é que as conversas nunca param, principalmente em um setor tão dinâmico quanto o automotivo.