
A Nissan está passando por uma reestruturação importante e, infelizmente, vai fechar uma de suas fábricas mais emblemáticas no Japão. A planta de Oppama, que existe desde 1961, encerrará as atividades após março de 2028. Essa decisão faz parte do plano “Re:Nissan”, que visa reduzir de 17 para 10 o total de fábricas no mundo.
O novo CEO, Ivan Espinosa, descreveu essa mudança como uma “escolha difícil, mas necessária”. Essa unidade tem uma história rica e emprega cerca de 2.400 pessoas. Atualmente, ela produz os compactos Note e Aura, mas já foi a responsável por modelos icônicos como o elétrico Leaf, o popular Cube e o lendário Bluebird, conhecido por muitos como Altima nos Estados Unidos.
Berço do Leaf e de mais de 17 milhões de carros
A fábrica de Oppama foi uma das pioneiras na indústria automotiva japonesa. Imagine só: a área é equivalente a mais de 200 campos de futebol! Além da linha de montagem, a planta conta com um centro de pesquisa e até uma pista de test-drive.
O Leaf, lançado em 2010, foi o primeiro carro elétrico em grande escala da Nissan e se destacou como o mais vendido do mundo durante um bom tempo, até perder o posto para a Tesla. Agora, a produção do Leaf foi transferida para a moderna fábrica de Tochigi, que está fora dos planos de fechamento.
Oppama tem um legado impressionante, com mais de 17,8 milhões de veículos produzidos, incluindo clássicos adorados pelo público. Hoje, a planta se concentra em veículos compactos, muito apreciados no Japão.
Parte da vida de uma cidade inteira
Mais do que uma simples fábrica, Oppama é parte do cotidiano da cidade de Yokosuka, com seus 370 mil habitantes. Para muitos, a Nissan é uma fonte de emprego e uma importante contribuinte para a economia local. Mesmo que a linha de montagem feche, outras estruturas, como o centro de pesquisa e a pista de testes, continuarão operando.
Nesse cenário, a Nissan também está pensando no futuro do terreno da unidade. O fechamento da fábrica se junta a outras medidas drásticas, como o adiamento de novos modelos e a possível venda da sede em Yokohama, tudo isso para cortar custos e se adaptar ao mercado competitivo.
Situação delicada
A situação da Nissan não é fácil. No último ano, a montadora teve perdas significativas, chegando a US$ 4,5 bilhões. Isso resultou no corte de até 20 mil empregos e no fechamento de mais fábricas.
Eles estão reposicionando cerca de 3 mil engenheiros para ajudar a agilizar os processos. O objetivo é reduzir o tempo necessário para lançar novos veículos. Por exemplo, querem diminuir de 52 para 37 meses para um carro novo e de 50 para 30 meses para derivados. Para isso, o plano inclui reduzir o número de plataformas globais e padronizar componentes.
Nos próximos meses, já poderemos ver os resultados desse trabalho, com novos modelos como o Sentra e o Kicks a caminho, além de um SUV compacto chamado Kait, que deve chegar a mercados emergentes.