Mercedes-Benz pode prolongar produção do Classe A por dois anos

Em março, a Mercedes-Benz anunciou que o Classe A não ganharia uma nova geração. A ideia era simplificar a linha de entrada da marca, cortando de sete para quatro modelos. Essa decisão foi confirmada pelo chefe de tecnologia, Markus Schäfer, que explicou que a empresa queria reduzir custos e focar em veículos com maior apelo global, especialmente em um mercado onde os SUVs dominam.

Mas parece que a história tomou um rumo diferente. Recentemente, a revista alemã Automobilwoche trouxe à tona rumores de que o hatch de entrada da Mercedes pode ter um fôlego extra. Fontes da montadora sugerem que a demanda pelo Classe A segue firme, especialmente na Europa. Afinal, quem não ama esse hatch charmoso? Com isso, a produção do modelo pode ser prolongada até 2028, dois anos a mais do que se esperava inicialmente.

Essa possível mudança de cenário é interessante. Manter o Classe A na linha dá à Mercedes tempo para ajustar seu portfólio, equilibrando os motores a combustão, híbridos e elétricos. O chefe de produção, Jörg Burzer, já comentou que muitos modelos “xEV” (híbridos e elétricos) ainda levarão um certo tempo até atingirem uma fração significativa das vendas globais.

No planejamento original, o Classe B, um modelo que se assemelha mais a uma minivan e mantém a essência do Classe A, também seria descontinuado. Com isso, a Mercedes ficaria apenas com o CLA sedã, a CLA Shooting Brake e os SUVs GLA e GLB como opções de entrada. Além disso, a marca deve deixar de lado o prefixo EQ, transformando futuros elétricos em versões de suas linhas tradicionais. É uma estratégia que promete manter a modernidade, mas com uma pegada mais clássica.

Se o Classe A realmente durar até 2028, a produção deve migrar para Kecskemét, na Hungria, onde a Mercedes já monta outros compactos. Isso nos lembra a estratégia da Volkswagen com o Golf, que deve se manter firme até 2035, mesmo mudando de país de fabricação.

Hatch que começou no Brasil

O Classe A apareceu pela primeira vez em 1997, misturando características de hatch e minivan em apenas 3,57 metros. A missão era clara: popularizar a marca pelo mundo, assim como a Audi fez com o A3 e a BMW com o Série 1.

Ele teve um papel tão importante que se tornou um dos primeiros modelos da Mercedes fabricados fora da Alemanha, começando a ser produzido na planta de Juiz de Fora (MG) em 1999. Apesar da meta de democratizar o acesso à marca, as vendas foram modestas por aqui, com apenas 63.448 unidades produzidas até 2005.

Então, se você sempre teve uma curiosidade sobre o Classe A, com certeza já notou o quanto ele representa um marco, não só para a Mercedes, mas também para a história automotiva no Brasil. É a combinação perfeita de estilo, tecnologia e um toque de nostalgia para quem acompanha a evolução dos carros.