
Na segunda-feira, 14 de agosto, o preço do café subiu significativamente no mercado internacional, com um aumento de 5,43%. Essa valorização ocorreu em meio à crescente tensão entre os Estados Unidos e os países do BRICS, que inclui potências como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Rumores sobre a possibilidade de tarifas punitivas por parte dos EUA, que poderiam encarecer o café para os consumidores americanos, contribuíram para essa alta.
De acordo com análises de especialistas, essa tarifa pode ser considerada uma sanção contra nações que desafiam a influência do dólar no mercado global. O Brasil, sendo o maior exportador de café do mundo, continua a desempenhar um papel crucial na oferta do produto. Embora se cogitasse uma redução da taxa para 30%, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, negou qualquer possibilidade de negociações nesse sentido.
No aspecto técnico, a commodity havia rompido uma faixa de estabilidade, mas há preocupações de que esse aumento possa ser temporário se não houver apoio contínuo no volume de compras. Durante a manhã, o café subiu mais de 1.300 pontos, mas os estoques baixos em outros países, como Vietnã e Colômbia, ainda garantem a relevância do Brasil no cenário. Mesmo que os americanos absorvam os custos das tarifas, a demanda por café pode permanecer elevada.
Além do café, outros produtos agrícolas também apresentaram movimentações no mercado. O milho, por exemplo, teve um aumento de 5,75 centavos na bolsa de Chicago, atingindo US$ 4,18 por bushel. Essa alta foi impulsionada por compras oportunas após uma recente queda de preços e também pela valorização do dólar, que encerrou o dia a R$ 5,5589, favorecendo as exportações brasileiras. No entanto, a colheita de milho na safra do Centro-Sul do Brasil segue atrasada, com apenas 40% das lavouras colhidas, comparado a 74% no mesmo período do ano anterior.
A soja, por sua vez, segue enfrentando dificuldades. Dados recentes mostraram que os fundos de investimento reduziram suas compras de contratos de soja de 13.901 para 7.000 até o começo de julho. Isso sugere um apetite menor para investimentos no setor, e as exportações dos Estados Unidos caíram 63,2% em uma semana, o que também pressionou os preços da commodity.
Por fim, o mercado de boi gordo testemunhou uma queda significativa, rompendo um suporte entre R$ 328 e R$ 330, com a mínima do dia chegando a R$ 321. Especialistas alertam que, se não houver uma recuperação nas próximas sessões, os preços podem descer ainda mais. O mercado futuro para os contratos que vencem em outubro e novembro também apresentou grande movimentação, indicando uma atenção redobrada dos investidores para as tendências do segundo semestre.