
Nesta sexta-feira, 11 de agosto, o mercado financeiro ajustou a expectativa para o déficit primário do governo federal brasileiro em 2025. Agora, a previsão aponta para um rombo de R$ 72,1 bilhões, reduzindo-se em relação aos R$ 74,7 bilhões estimados anteriormente.
Essas informações fazem parte do boletim Prisma Fiscal, que é publicado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Originalmente, o governo esperava zerar o déficit em 2024 e alcançar um superávit em 2025, dentro das novas diretrizes do arcabouço fiscal. Entretanto, ao apresentar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ao Congresso, as metas foram revisadas. A nova meta é um resultado neutro, ou seja, 0% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, ao invés de um superávit de 0,5% do PIB.
É importante entender que o resultado primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo, sem contar os pagamentos de juros da dívida pública. Quando esse resultado é negativo, isso indica que o governo gastou mais do que arrecadou.
Projeções para 2026 indicam deterioração
Para 2026, o mercado prevê um déficit primário de R$ 89,374 bilhões, aumento em relação aos R$ 81,488 bilhões estimados no mês passado. Em contraste, o governo continua a projetar um superávit de 0,25% do PIB para este ano. O novo modelo fiscal estipula que os gastos públicos não podem crescer mais que 70% do aumento na arrecadação e deve respeitar um crescimento real entre 0,6% e 2,5% ao ano, substituindo assim o anterior teto de gastos.
Arrecadação em alta, mas abaixo do esperado
As previsões do Prisma para as receitas federais em 2025 foram revistas para cima, passando de R$ 2,863 trilhões para R$ 2,878 trilhões. Para 2026, a estimativa foi reduzida levemente, de R$ 3,051 trilhões para R$ 3,048 trilhões. A receita líquida do Governo Central deve chegar a R$ 2,318 trilhões em 2025, um pouco acima das estimativas anteriores. Para 2026, essa cifra subiu de R$ 2,471 trilhões para R$ 2,482 trilhões.
Em relação às despesas, a projeção para 2025 se mantém praticamente inalterada, em R$ 2,394 trilhões. Para 2026, espera-se que os gastos atinjam R$ 2,574 trilhões.
Dívida bruta deve seguir tendência de alta
As projeções para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em 2025 foram ajustadas, passando de 80,10% para 80,00% do PIB. Para 2026, a expectativa foi alterada de 84,17% para 84,10%. Dados mais recentes do Anexo de Riscos Fiscais do PLDO de 2026 indicam uma piora nas previsões oficiais. Segundo essa nova projeção, a dívida bruta deve atingir 81,8% do PIB em 2026 e deverá chegar ao seu pico em 2028, alcançando 84,2% do PIB. Anteriormente, esperava-se que a dívida atingisse o máximo em 2027, com uma taxa de 81,8%.
Para os anos seguintes, o governo prevê que a dívida fique em 78,5% do PIB em 2025, suba para 81,8% em 2026 e chegue a 82% em 2034, terminando 2035 em 81,6%. As previsões divulgadas anteriormente eram mais otimistas, com 75,6% do PIB projetados para 2034.