
Morreu na madrugada de sábado, 5 de outubro, o pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, fundador e ex-presidente da Igreja Cristã Maranata, aos 93 anos. Ele estava internado na UTI de um hospital em Vila Velha, Espírito Santo, desde quinta-feira, 3 de outubro, após sofrer um infarto.
O velório será realizado no Manaaim de Carapina, na Serra, e está aberto ao público. O sepultamento ocorrerá no domingo, 6 de outubro, no Cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, após um culto às 13h.
Gedelti nasceu em 19 de novembro de 1931, em Bom Jesus do Itabapoana, no Rio de Janeiro. Na infância, mudou-se com seus pais, Abílio e Sarah, e seus cinco irmãos para Vila Velha, onde seu pai abriu uma padaria. Com o tempo, a família se destacou na comunidade presbiteriana local.
Ele se formou em odontologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 1954 e se especializou nos Estados Unidos. Em 1982, fez uma pós-graduação em didática e começou a lecionar na Ufes, na Marinha e no Senac. Durante sua carreira, foi membro da Academia Brasileira de Prótese e vice-presidente da Associação Brasileira de Odontologia.
Em 1958, Gedelti casou-se com Jurama Barros Gueiros, com quem teve uma filha, Jurama Barros Gueiros Bitran. Em janeiro de 1968, após um desentendimento com a liderança da Igreja Presbiteriana local, ele ajudou a fundar a Igreja Cristã Maranata em Vila Velha, seguindo a doutrina pentecostal. Atualmente, a igreja afirma ter mais de 5.000 templos no Brasil e cerca de 1 milhão de fiéis, além de presença em mais de cem países, com mais de 2 milhões de adeptos.
Em 2013, Gedelti e outros membros da igreja foram presos sob a acusação de desvio de dízimo, envolvendo uma movimentação financeira de R$ 24,8 milhões. O Ministério Público do Espírito Santo denunciou Gedelti por suspeitas de estelionato e formação de quadrilha, entre outros crimes. Durante a investigação, ele foi acusado de coagir testemunhas, mas, por conta da idade, conseguiu cumprir pena em prisão domiciliar.
Na época, Gedelti afirmou não entender o motivo de sua prisão. A Igreja Cristã Maranata defendeu-se, afirmando que nunca coagiu testemunhas e que as acusações eram infundadas, refletindo um desejo de retaliação.
Em setembro de 2013, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, concedeu liberdade a Gedelti e outros três membros da igreja enquanto o processo aguardava o julgamento final.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, lamentou a morte do pastor e declarou luto de três dias no estado, destacando sua dedicação ao Evangelho e influência sobre milhares de pessoas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também prestou homenagem, destacando o legado de fé e trabalho social deixado por Gedelti.
Gedelti Gueiros era presidente da Igreja Cristã Maranata desde 2007 e deixa a filha Jurama e netos.