
A cada dia que passa, o mercado está lotado de novos modelos de carros híbridos. Você já parou para pensar nesses termos que aparecem por aí? Híbrido leve, híbrido pleno, plug-in… Com tantas opções, entender as diferenças ficou complicado, não é mesmo? E a confusão se estende não só entre os consumidores, mas também entre especialistas do setor.
Só na Itália, existem mais de 760 versões de veículos eletrificados disponíveis. Como escolher um carro nesses tempos de tanta oferta? É fácil se perder na variedade e não entender as características de cada tecnologia. Por isso, uma nova ideia está ganhando espaço na Europa: simplificar esse "conhecimento automotivo" para facilitar a vida da galera.
Esses termos acabam criando um verdadeiro guarda-chuva para sistemas muito diferentes. Um estudo da Luiss Business School destacou que essa falta de clareza pode levar as pessoas a comprar carros sem entender realmente o que estão adquirindo. Então, como desmistificar isso tudo?
Um híbrido não é igual a outro
Para começar, vamos ver o que realmente significa cada tipo de híbrido. Um estudo mencionou que dois terços dos modelos híbridos vendidos são os Mild Hybrid, ou híbridos leves. Basicamente, essas máquinas têm um motor elétrico que auxilia o motor a combustão, mas não é capaz de mover o carro sozinho. No Brasil, você encontra esse tipo de tecnologia em modelos como Fiat Pulse e Fastback Hybrid.
Agora, se formos falar dos Full Hybrid, como o famoso Toyota Corolla, que conseguem rodar alguns quilômetros apenas no modo elétrico, a porcentagem das vendas é bem menor—apenas 10%. Já os Plug-in Hybrid, como o BYD King, que podem ser recarregados na tomada e oferecem mais autonomia elétrica, compõem um pouco mais de 25% do mercado.
Tem também uma categoria nova chamada Middle Hybrid. Ela é um tipo de híbrido leve que pode mover o carro por curtas distâncias apenas com energia elétrica. Embora o termo ainda não esteja oficialmente em uso, ele já aparece em várias discussões, especialmente em modelos com extensor de autonomia, como o Mazda MX-30 R-EV.
Faltam regras comuns
Pois é, a situação é um pouco confusa. Além da variedade de termos, não há um sistema unificado que classifique essas tecnologias de maneira clara. O estudo da Luiss mostrou que atualmente são utilizados 13 critérios para distinguir essas tecnologias. Alguns são úteis, enquanto outros podem ser enganosos.
Os critérios para classificar os híbridos se baseiam em fatores como a potência do motor e a capacidade da bateria. No entanto, as normas europeias só olham se o carro é recarregável na tomada, sem considerar a autonomia que ele pode ter em modo elétrico.
Diante disso, fica difícil para o consumidor fazer comparações e decidir o que realmente faz sentido. Isso vale tanto para quem busca um carro novo quanto para as instituições que incentivam a mobilidade sustentável.
Propostas para simplificar
Para ajudar a resolver esse problema, a Luiss propôs duas soluções, com prazos diferentes. A primeira, a curto prazo, sugere criar um índice técnico de eletrificação, considerando a relação entre a potência do motor elétrico e o motor a combustão, ajustado pelo peso do veículo. Isso poderia facilitar muito o entendimento, já que esses dados estão disponíveis no processo de homologação dos veículos.
A segunda proposta é mais ambiciosa e foca no uso real do carro. A ideia é criar uma classificação que levasse em conta quanto tempo e quantos quilômetros o veículo consegue rodar em modo elétrico, especialmente no trânsito das cidades. Dessa forma, poderíamos ter uma escala simples como:
- Mild Hybrid: menos de 30% do caminho em modo elétrico
- Middle Hybrid: entre 30% e 59%
- Full Hybrid: mais de 60%
Para implementar isso, seriam necessárias ferramentas específicas de medição, mas a UNRAE acredita que essas métricas poderiam ser integradas aos ciclos de homologação no futuro. Tudo isso visa trazer mais transparência nas informações, facilitando as escolhas de compra. E convenhamos, essa é uma informação que todo apaixonado por carros gostaria de ter na hora de decidir o próximo lançamento a ser adquirido.